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Jovem indústria da tilapicultura cresce de olho na sanidade

Por Rodrigo Zanolo*

O último levantamento realizado pela PeixeBR revela que a produção de peixes em cativeiro cresceu 4,5 %, saindo de 691.700 mil toneladas, no ano de 2017, para 722.560 mil toneladas em 2018. O destaque positivo desses números foi a produção de tilápias, que apresentou crescimento de 11,9 %, alcançando 400.280 toneladas e já representando aproximadamente 55 % da produção nacional.

A expectativa é que a tilápia deva se consolidar ainda mais como a espécie de maior importância, devido à presença de um pacote tecnológico de produção bem definido associado à grande aceitação por parte do consumidor final por sua carne branca e de sabor suave. O Brasil já se encontra como o 4º maior produtor mundial e candidato a se posicionar como um grande exportador internacional, assim como em outras proteínas, como aves, suínos e bovinos.

Para mantermos um posicionamento competitivo de crescimento futuro dessa importante cadeia produtiva, os cuidados com os aspectos de saúde das produções assim como os cuidados com o bem-estar animal serão determinantes para um crescimento produtivo e econômico sustentável. Para termos uma ideia de como os aspectos sanitários são importantes, podemos citar, como exemplo, os prejuízos que a suinocultura da China vem sofrendo com o vírus da peste suína. Na aquicultura não é diferente, setor onde podemos destacar os prejuízos sofridos mundialmente pela indústria do camarão com o vírus da mancha branca e pela indústria do salmão com o vírus da ISA – anemia infecciosa do salmão

Todos esses exemplos são referências importantes para a jovem indústria da tilapicultura. O status sanitário da produção de tilápias no país é considerado bom, porém precisamos manter a atenção. Nos últimos anos, ao menos duas novas enfermidades surgiram em nosso país, com destaque para franciselose e para as estreptococoses causadas pelo sorotipo III.

Atualmente, existem cerca de quatro enfermidades bacterianas e uma enfermidade parasitária que acometem as produções em sua rotina e, pelo menos, outras quatro enfermidades bacterianas oportunistas. No Brasil, não existem dados oficiais sobre a real perda econômica causada por essas enfermidades, entretanto, do ponto de vista produtivo, são estimados impactos na ordem de 5 a 20 %, dependendo da fase de produção, da enfermidade em questão e das épocas do ano de maior ou menor desafio. Publicações recentes internacionais reportam perdas na ordem de 1 bilhão de dólares com os impactos diretos das estreptococoses em produções de tilápia em todo o mundo, por exemplo.

Com a projeção do crescimento da tilapicultura tão significativo no Brasil, políticas públicas e legislações sobre manejo e barreiras sanitárias precisarão ser cada vez mais estruturadas, semelhante ao que ocorre em avicultura, suinocultura e pecuária. Os pacotes tecnológicos associados às ferramentas veterinárias, por exemplo, também serão determinantes nesse quesito. Atualmente, as companhias, a exemplo da MSD Saúde Animal, estão trazendo ao setor ferramentas preventivas, como as vacinas, que terão papel determinante no crescimento sustentável dessa cadeia por meio do gerenciamento sanitário eficaz frente a essas patologias.

Vacinas monovalentes e bivalentes para a prevenção das estreptococoses causadas pelos sorotipos Ib, Ia e III, disponibilizadas pela MSD Saúde Animal, já se encontram presentes na indústria brasileira há sete anos, e mais de 100 milhões de tilápias são imunizadas anualmente. Um aumento produtivo da ordem de 8 a 15 % tem sido observado com a utilização dessas vacinas, exemplificando assim a importância dos manejos preventivos sanitários. Para os próximos três anos, existe a expectativa do lançamento de mais duas vacinas com diferentes combinações, uma delas bivalente e a outra tetravalente. Esses produtos serão determinantes para a entrega de soluções preventivas ainda mais completas, proporcionando maior segurança e sustentabilidade para a indústria da tilapicultura.

Outro ponto importante é o gerenciamento integrado da sanidade aquícola, que envolve as boas práticas de produção e manejo, respeitando as densidades, cuidando da qualidade da água, realizando higienizações, buscando genéticas de alta performance e livres de enfermidade, entre outras ações determinantes para o sucesso da cadeia.

A MSD Saúde Animal, por meio de suas plataformas de serviço e treinamentos, tem buscado capacitar técnicos e produtores de todo o Brasil com o intuito de que esses produtores venham a alcançar a excelência no processo produtivo. Uma cadeia produtiva emergente e promissora como a tilapicultura apenas se desenvolverá de forma sustentável se todos os elos da cadeia se desenvolverem continuamente, no caso: manejo, saúde, nutrição, genética, automação e, finalmente, o mercado consumidor, que busca um produto criado com responsabilidade e boas práticas de bem-estar animal.

*Rodrigo Zonolo  Gerente de mercado de Aquicultura da MSD Saúde Animal

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