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Adubação, produtividade e rentabilidade da rotação entre soja e milho em solo com fertilidade construída

onsolidou-se, assim, o pensamento de que elevadas doses de fertilizantes são necessárias para garantir a conservação do potencial produtivo desses solos. Assim, a ocorrência de talhões com elevados teores de Fósforo (P) e Potássio (K), em áreas de produção comercial de grãos, tem sido comum no Cerrado, em razão do efeito residual de adubações prévias. Apesar de o nível de fertilidade do solo ser interpretado em muitos casos como alto ou muito alto, é comum que os agricultores continuem adubando com quantidades fixas de Nitrogênio (N), Fósforo (P) e Potássio (K), por temerem a redução de produtividade. Essa prática tem resultado em adubações desnecessárias ou superdimensionadas, com baixa eficiência de uso dos fertilizantes.

No âmbito da pesquisa agrícola, verificou-se então a necessidade de se aferir as respostas à adubação em sistemas de produção em plantio direto em solos de fertilidade construída, visto que ainda não se dispunha de recomendações conclusivas abordando a possibilidade de reduzir a adubação nessas condições. A partir de um estudo de caso em fazenda de produção comercial de grãos, comprovou-se a viabilidade de, por meio de monitoramento da fertilidade do solo com análises periódicas, associar o grau de tamponamento das reservas de P e K ao redimensionamento da adubação praticada pelo agricultor. Foi possível identificar condições de manejo que permitem conciliar menor gasto com adubação, uso mais eficiente de fertilizantes e maior rentabilidade no cultivo de grãos em solo de fertilidade construída.

A presente publicação torna-se uma das primeiras referências de que é possível otimizar a adubação em sistemas de produção de grãos tecnificados. Comprovou-se, em ambiente de cultivo real (condições de lavoura), que o manejo da “adubação de sistema” envolvendo as culturas de soja e milho pode ser otimizado a partir do uso de análises periódicas do solo. Foi validada a estratégia de monitoramento da disponibilidade de nutrientes e adequação da fertilização para aumentar a eficiência técnica e econômica da adubação de sistema em solos de fertilidade construída. Em solo com alta disponibilidade de P e K, a soja mostrou-se menos responsiva à adubação do que o milho, indicando a oportunidade de racionalizar o uso de fertilizantes por ocasião do cultivo da oleaginosa. Essa estratégia permite conciliar a manutenção do potencial produtivo das lavouras, com maior retorno econômico da adubação e com menores riscos de contaminação ambiental por nutrientes que não foram aproveitados pela cultura durante a safra.

Por: Álvaro Vilela Resende – Pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo

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