Agronegócio – O Universo não perdoa ingratidão!

Por Gil Reis*

Sou um otimista e vejo uma grande possibilidade de recuperação e crescimento do nosso país, no entanto é preciso que superemos e resolvamos algumas coisas.

É preciso esclarecer que tudo que vou dizer neste artigo representa a minha visão do Brasil de hoje, e é apenas a opinião de alguém que além de pensar, raciocina baseado na sua cultura, conhecimento e experiência da idade.

O Universo não perdoa ingratidão, vou me limitar ao Agro. O Brasil tem sido ingrato com o Agro, temos um povo urbano e governos que ao longo do tempo vem “cuspindo nas mãos que os alimentam”.

Alguns vão falar de sucesso no Agro e tem razão se olharem para alguns poucos setores, o Brasil possui mais de 5 milhões de propriedade rurais e se calcularmos 4 pessoas por propriedade são 20 milhões de pessoas, aí outro problema nosso – não sabemos matemática.

Caso extrapolemos o cálculo e incluamos os que vivem indiretamente do Agro além das milhares empresas urbanas e adquirentes rurais que vivem em função, chegaremos à conclusão que mais da metade da população vive direta ou indiretamente do Agro, sem falar que os produtos rurais alimentam e vestem toda a população do país, cuja maioria não reconhece o fato.

Como defensor da “extinção do passivo retroativo do Funrural criado pelo STF em 2017” tenho que falar da injustiça e ingratidão do tal “passivo” e quando trago assunto para a pauta é um escândalo, alguns até me batizaram “pejorativamente” de Dr. Funrural.

Caso tenham acompanhado o meu raciocínio numérico, perceberão que o “passivo retroativo do Funrural”, uma dívida impagável como disse o ex-Ministro da Agricultura Blairo Maggi em reunião que participamos com o Presidente Temer e o ex-Ministro Meireles , salvo por alguns grandes, compromete o futuro do Brasil, talvez seja o que alguns querem para que o governo atual não seja bem sucedido e possam voltar às mamatas anteriores às custas do povo brasileiro.

O novo governo assumiu cheio de otimismo e boas intenções, mudou as cabeças dos principais cargos, entretanto, as assessorias técnicas continuam as mesmas sem quaisquer compromissos com os atuais governantes, com honrosas exceções de alguns antigos e outros novos.

Vejo o Presidente, seus Ministros e novos executivos se “rasgando” para proceder as mudanças necessárias e sempre esbarrando nas assessorias técnicas, já citadas anteriormente, que não estão comprometidas com o sucesso do atual governo.

O Agro foi o grande pilar de sustentação da campanha do Presidente Bolsonaro. Lembram, inclusive, quando o Presidente foi esfaqueado, quem estava lá para socorrê-lo? Pessoas do Agro. Os homens e mulheres do campo tem sido, até hoje, os grandes apoiadores do novo governo! Caso alguém duvide que veja a grande campanha do “Movimento Brasil Verde e Amarelo” em apoio às reformas com outdoors espalhados por todo o interior do Brasil, além de que ao longo dos anos tem contribuído para o PIB do País.

Não estou aqui pedindo favores ou caridade para o Agro, queremos apenas que demonstrem gratidão, façam Justiça e não cometam um suicídio nacional permitindo que os produtores rurais junto com os pequenos e médios adquirentes “quebrem” ou abandonem a atividade em benefício de grandes grupos.

Acompanho a luta para a “extinção do passivo retroativo do Funrural” desde os “malditos idos de março de 2017”, assisti o atual Presidente, durante a campanha, se pronunciar várias vezes dizendo que resolveria o assunto e que era contra o pagamento injusto de uma dívida criada, depois de eleito, como homem sério e decente que é manteve o discurso, para completar ouvi pessoalmente do atual Ministro da Economia que iria providenciar a remissão de tal passivo e que estudaria junto com as assessorias técnicas a medida para efetivá-la.

Até agora nada, nada vezes nada, já participei junto com algumas lideranças do Agro e o Deputado Jerônimo Goergen de reunião com as assessorias técnicas da Receita Federal e da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional onde ouvimos todos os nãos possíveis e imagináveis, retrucamos, confrontamos e sugerimos, passamos a reunião toda ouvindo que não encontraram solução ainda, depois de meses continuam sem encontrar uma solução que o Presidente Bolsonaro precisa para que possa honrar a sua promessa sem se prejudicar, não é possível que queiram que se acredite nisso.

A última novidade que se ouviu, provavelmente uma “fake news”, foi que haveria uma Medida Provisória com um parcelamento de parte da dívida e a remissão do restante, o que transformaria o Presidente em mentiroso, pois, sempre se posicionou contra o pagamento de qualquer parte do passivo.

O jogo dos inimigos é justamente este – caracterizar o Presidente como mentiroso e jogar o Agro contra o governo.

Que o Presidente fique alerta em relação as assessorias técnicas que herdou!

Apesar de tudo é meu desejo sincero que esqueçamos isto e, pelo menos por um dia, tenhamos todos juntos com nossas famílias um Feliz Natal!

*Gil Reis é consultor em agronegócio