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Hidroponia: futuro da agricultura

A hidroponia é uma técnica de cultivar plantas sem o uso do solo, onde as raízes recebem uma solução nutritiva balanceada que contem todos os nutrientes essenciais ao desenvolvimento da planta. Este sistema de produção apesar de ser considerado caro, pelo alto custo de investimento inicial destinado a sua instalação, destaca-se por inúmeras vantagens. Com a hidroponia consegue-se, em pequenas áreas, altas produções, além do fato de que o cultivo pode ser feito durante o ano todo com padronização das plantas, menor uso de insumos agrícolas, melhor sanidade, antecipação do ciclo da cultura e economia de agua, com até 70% menos comparado ao sistema de plantio convencional no solo.

Apesar disso, no Brasil o método de cultivo mais usado é o Fluxo Laminar de Nutrientes (NFT), com 90% das áreas de comercialização e muito utilizado para as culturas de alface e rúculas. Neste método as plantas recebem uma solução nutritiva por meio de um perfil de polipropileno, a água é bombeada de um reservatório até os canais de cultivo, passa por todos os perfis e retorna para o reservatório. A bomba é controlada por um temporizador que é programado para ligar/desligar em tempos distintos durante o dia e diferente durante a noite. Neste caso, as plantas passam por diversas fases: germinação, maternidade, fase de mudas e fase final onde permanece e após várias reposições de água chegam até o ponto ideal de colheita.

O DFT ou Floating, também conhecido como piscina, é muito utilizado para a fase de mudas. Em um reservatório de fibras, alvenaria ou material plástico, não há canais e as plantas ficam apoiadas em uma placa de isopor, sendo que suas raízes absorvem os nutrientes da solução que é colocada com apenas 4 a 5 cm suficientes para umedecer as raízes durante todo o seu período de desenvolvimento. Há um sistema de drenagem apenas para a retirada da água, o que mantém o nível da solução constante, mas facilita a disseminação de doenças.

O sistema com o uso de substrato é muito usado para as hortaliças e frutos como tomate, morango e pimentão. Neste método, ao contrário do NFT que utiliza os perfis para a circulação da solução nutritiva, é necessário o uso de recipientes como vasos ou sacolas para a acomodação dos substratos ou substancia inertes (pedras, argilas expandidas, fibra de coco e casca de pinus). Estes materiais servem de sustentação para as raízes das plantas e a solução fornece os nutrientes às plantas e é drenado pela parte inferior dos vasos, podendo ser descartado (sistema aberto) ou devolvido ao reservatório (sistema fechado).

Já a aeroponia, outro sistema de cultivo em hidroponia, se destaca principalmente se adequar a pequenos espaços. As plantas ficam suspensas em torres e/ou canos com as raízes no ar (no interior da torre). Neste caso, a solução nutritiva é aspergida com uma nevoa e as raízes recebem gotículas de água, se desenvolvendo em condição de escuro no interior da estrutura. Após passar pelas raízes a solução retorna ao reservatório.

Assim, a hidroponia é uma tecnologia que chegou para ficar, atendendo o cultivo de hortaliças, flores, forrageiras e até frutíferas. Não existe um sistema que seja melhor ou pior e sim aquele que se adequa a realidade e/ou potencial que o produtor quer alcançar. Com os preços elevados de terras e escassez de água, o método é o futuro da agricultura.

Ricardo Pereira Silva é engenheiro agrônomo e instrutor do Senar Goiás

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