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Políticas, Investimentos, Pesquisa e Inovação: Bases para o Desenvolvimento da Agricultura Brasileira

Em uma perspectiva de longo prazo, apenas a contínua evolução das políticas públicas, combinadas a crescente capacidade de investimentos, com geração e adoção de inovações tecnológicas terão efeitos persistentes sobre o processo de desenvolvimento da nossa agricultura

O sucesso do modelo de agricultura baseada em ciência, instituído pelo Brasil a partir dos anos 70, tornou-se exemplo para o mundo tropical. Mais do que isso, alterou a lógica até então vigente no mercado mundial, de que o cinturão tropical do globo não era moldado para a produção em larga escala de alimentos. Políticas públicas adequadas aliadas ao empreendedorismo dos nossos produtores e ao estabelecimento e consolidação de uma ampla rede de pesquisa e inovação produziram um salto na produção agropecuária brasileira que não teve paralelo em nenhuma outra região do mundo. Embora tais avanços devam nos orgulhar, é importante que tenhamos os pés firmes no chão, nunca perdendo de vista que ainda há muitos desafios a superar.

Os feitos da cadeia de valor agropecuária, nas últimas quatro décadas, e a realização das ambiciosas expectativas do agronegócio brasileiro para as décadas futuras – aumento da representatividade no comércio global sem comprometimento do abastecimento interno – reforçam sua enorme dependência em políticas públicas cada vez mais aprimoradas, investimentos crescentes, e conhecimentos e tecnologias cada vez mais sofisticados. Estes componentes são cruciais para aumentar a capacidade de atendimento das necessidades dos consumidores brasileiros e para ampliar a competitividade das exportações, a produtividade do trabalho e a eficiência dos processos produtivos, cada vez mais complexos e exigentes em especialização, menor impacto ambiental e em expansão limitada de área.

Numa economia aberta, em que se permitem importações e se deseja elevar significativamente as exportações, fator chave é a competitividade da nossa agricultura. E para o aumento da competitividade do setor agrícola há a necessidade de se reduzir custos, com estratégias como especialização da produção com base nas vocações naturais das regiões, na intensificação sustentável da produção, e no aumento da produtividade com qualidade e segurança. Todas estas estratégias estão fundamentadas em contínuo avanço tecnológico e por isso a pesquisa agropecuária é uma importante força-motriz no desenvolvimento da agricultura moderna.

E em um a perspectiva de longo prazo, apenas a contínua evolução das políticas públicas, combinadas a crescente capacidade de investimentos, com geração e adoção de inovações tecnológicas terão efeitos persistentes sobre o processo de desenvolvimento da nossa agricultura.

*Maurício Lopes é Presidente da Embrapa

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