Por um Brasil Verde e Amarelo

Por Fabélia Oliveira*

Nós do Sucesso no Campo temos trabalhado por um Brasil de acertos. Se estamos no caminho certo ou não, apenas o futuro vai nos responder, mas para nós, hoje, estamos sim no trilho adequado para retomarmos as rédeas de um país com suas cores Verde e Amarela.

Atuamos na comunicação há quase 30 anos (a completar em novembro), exclusivamente na comunicação do agro há 11 anos. De lá pra pudemos ver quantos rótulos e desinformações são repassadas. E o pior, com gente de dentro do setor que desconhece o que acontece em seu “próprio quintal”, afinal quantas pessoas aqui leram ou conhecem bem os dados que constam no livro do pesquisador da Embrapa Territorial, Evaristo de Miranda, Tons de Verde? Ali tem uma Barsa completa do setor.

Nas feiras podemos ver o que há de mais moderno em tecnologias, sejam elas de máquinas, defensivos, adubação ou genética (animal e/ou vegetal). Basta ter um período com o “clima normal” para o produtor se encher de esperanças e renovar suas frotas, investir e acreditar outra vez que vai conseguir plantar, manejar, colher, comercializar e sobreviver a todos os ataques…

Sim, ataques. Eles vêm de todos os lados, sejam os da sociedade desinformada que senta à mesa, farta-se do labor do produtor, usufrui de todas as tecnologias advindas do campo e de seus investidores e trabalhadores, e vai para as redes sociais criar “blogs e canais” em defesa disso ou daquilo, exceto do produtor.

No Congresso estamos cheios de “técnicos” que não sabem sequer como funciona o ciclo de uma cultura ou de um rebanho, seu custo, sua comercialização (aqui em Goiás a Alego derrubou semana passada um projeto de uma deputada do PT – Adriana
Accorsi – que queria proibir a pulverização aérea). Temos caso de profissional de marketing de empresa multinacional que veio conhecer as lavouras no Sudoeste Goiano e encantado com o que viu perguntou como faz para “molhar” tudo isso quando falta chuva.

Entendem o porquê de termos tantas desinformações? São alguns profissionais de marketing de empresas do setor, são filhos de produtores rurais que vão para seus grupos onde precisam ‘aparecer’ e se posicionam contra as carnes ou qualquer proteína animal e se veste dos recursos vindos desses setores.

Ano passado (2018) nós caminhamos com milhares de produtores rurais para Brasília no movimento Abril Verde e Amarelo e foi muito impactante (muita gente não sabe mas aquela caminhada do Ginásio Mané Garrincha até à Esplanada contribuiu para colocar o Lula na cadeia – coincidentemente era dia da votação do habeas corpus dele). Coincidência.

Nesse ano mais uma vez os produtores resolveram que tinham que sair de suas porteiras e marchar novamente à Capital Federal. Foi marcado no Centro Tecnológico da AgroBrasília a concentração. E lá estavam homens e mulheres que vieram de vários estados, de todas as regiões do Brasil.

Alguns casos chamaram mais a atenção, dentre eles, o Chico da Capiau, que mobilizou um grupo de produtores e de ônibus se deslocou de Alagoas para Brasília. Outro caso, seu Ney Magalhães, um produtor rural de Mato Grosso do Sul, que sozinho, saiu de sua propriedade, aos 84 anos, e foi até o Planalto Central para se juntar aos colegas e dizer que precisamos ser mais fortes.

Talvez por ocasião do Movimento Brasil Verde e Amarelo ou pela esperança em um novo Governo que se iniciara em janeiro desse ano estamos contemplando um pouco mais das cores da nossa Bandeira por onde andamos. Desde o ano passado campanhas incentivam a colocação dessas cores ou o levantamento de um mastro com a Bandeira nas propriedades e empresas. Instituições classistas e empresas privadas oferecem-nas como brinde. Isso tem dado um ânimo extra aos esperançosos.

Ser mais fortes e decididos assim como seu Ney ou Chico da Capiau fazem a diferença e precisamos de mais gente assim. De acordo com informações recebidas, nesta semana, em um discurso (30) da ministra da Agricultura Tereza Cristina ela teria falado da necessidade de investimento na comunicação do setor, e pode ser sim dentro de casa, afinal temos muitos desinformados que aceitam as acusações sem posicionamento de defesa por desconhecer.

O Sucesso no Campo trabalha por uma comunicação de credibilidade, sem replicar informações duvidosas ou que sejam infundadas. Incentivamos o produtor a questionar as fontes daquilo que chega até ele, olhar datas, e buscar dados que de fato atestem tal notícia.

Incentivamos a união e não precisa esperar que Goiás se junte ao Espírito Santo, basta que o produtor se una ao seu vizinho limítrofe (imaginem a corrente sem fim que faríamos…). Basta que “EU” levante a minha bandeira e esqueça se meu vizinho também o fez. Basta que dentro da “MINHA” casa minha família tenha conhecimento suficiente da atividade do agronegócio, sem preconceito de pequeno ou grande, agricultor ou pecuarista, afinal quando tem problemas para o setor ele não está voltado apenas a alguns.

É preciso criar sim a cultura de quanto melhor, melhor, pois nestes dias de revolta de alguns que se dizem “protetores da democracia” a única coisa que não querem é a melhoria do país para que tenham a oportunidade de voltar ao domínio. O que querem é dominar em nome de liberdade, mas o que não dão é a tal liberdade considerando que preferem o controle pelo cabresto.

Têm medo de uma população consciente, afinal controlar medíocres e miseráveis é mais fácil. Dar uma esmola a um mendigo é enaltecedor enquanto dar um presente ao trabalhador não vá fazê-lo ser dominado, terá apenas gratidão ou saberá reconhecer que ele foi merecedor e não vai deixar o doador em situação de “O Soberano”. Incentivar educação não é formar ideologistas cegos mas profissionais com capacidade de buscar ‘seu lugar ao sol’, no mercado competitivo.

Assim sendo o que precisamos é trabalhar por um país verdadeiramente Verde e Amarelo em todas as veias e artérias brasileiras. O que nos motiva para tal é vermos tanto homens e mulheres de caráter ilibado, experientes com seus cabelos brancos e a pele marcados pelo tempo, é vermos jovens crendo que o futuro que os aguarda ainda irá recompensá-los pela determinação do hoje.

*Fabélia Oliveira é comunicadora do agronegócio, apresentadora do programa Sucesso no Campo, exibido diariamente em nível nacional, na TV por assinatura, pelo Canal Climatempo Bio