Projetos de biogás no Paraná e em Goiás

Usinas geram energia a partir de material poluente, reduzindo emissão de gases do efeito estufa

Pegada de carbono equivale ao plantio de 1.076 árvores

Maior parte dos recursos é proveniente do Fundo Clima

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou dois financiamentos para produção de biogás no interior de Goiás e no Paraná. Em conjunto, evitarão a emissão de 154 toneladas de gases poluentes, montante equivalente ao plantio de 1.076 árvores. Serão concedidos créditos de R$ 13,3 milhões à Albioma Codora Energia, segunda usina de cogeração do grupo produtor de cana-de-açúcar Albioma, em Goiás, e de R$ 10,1 milhões para a Cooperativa Agroindustrial Consolata (Copacol), do Paraná. A maior parte do apoio do BNDES (cerca de 98% do total direcionado às duas empresas) se dará com financiamento de recursos do Fundo Clima – subprograma Energias Renováveis, que conta com condições facilitadas para a implementação de projetos do gênero.

Com elas, o BNDES reafirma sua aposta no segmento que, além de ampliar a oferta de energia proveniente de fontes alternativas, evita o descarte de material poluente na natureza e reduz a emissão de gases causadores do efeito estufa. Os financiamentos contribuem para preservação ambiental, geram impacto positivo na matriz energética brasileira e promovem alinhamento à Política Nacional sobre Mudança do Clima, às metas do Objetivo para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS 7, principalmente) e à agenda ASG (ambiental, social e de governança).

A operação com a Albioma Codora Energia viabiliza a implantação de uma linha de produção de biogás a partir da vinhaça (resíduo da cana) em Goianésia (GO). O empréstimo à Copacol possibilitará a construção de uma usina termelétrica a biogás a partir de resíduos gerados com a criação de suínos, em uma unidade da companhia na cidade de Jesuítas (PR). As operações se somam ao recente apoio do BNDES à Geo elétrica Tamboara , também no Paraná, que ocorreu no mesmo modelo.

“O apoio do BNDES no processo de descarbonização da economia brasileira por meio do nosso agronegócio passa cada vez mais por financiar e estruturar projetos como esses. Ao gerar energia renovável a partir de resíduos agroindustriais, converte-se um problema ambiental em uma solução energética, em linha com a agenda do Banco e o desenvolvimento sustentável do Brasil”, afirma Mauro Mattoso, chefe do Departamento do Complexo Agroalimentar e Biocombustíveis do BNDES.

Maior geração de energia – O investimento da Albioma ampliará a produção de biogás da usina em 8,7%, chegando a 195 GWh. Cerca de 17 GWh (volume suficiente para suprir a necessidade de 8.500 residências) poderão ser distribuídos para o sistema interligado de energia, incrementando a segurança energética nacional. Parte da energia poderá ser direcionada à usina Jalles Machado, que fornecerá a matéria-prima.

No caso da Albioma, o investimento total de R$ 16,9 milhões, com financiamento de R$ 13,3 milhões pelo BNDES, viabilizará o processamento de 1,09 milhão de metros cúbicos de vinhaça ao ano (cerca de 1,25 milhão de toneladas). Dos R$ 13,3 milhões, R$ 12,74 milhões são do Fundo Clima e R$ 600 mil provenientes da linha Finem Direto. As principais aplicações dos recursos serão em obras civis em instalações e compra de máquinas e equipamentos nacionais. Com o projeto, “Albioma e Jalles Machado reforçam a inovação e a sustentabilidade com geração de energia pelo biogás da vinhaça”, declara Christiano Forman, Diretor Presidente da Albioma Codora.

Redução de custos – No Paraná, após a implementação do projeto, a Copacol gerará energia para utilização em suas instalações, além de dar uma destinação útil aos resíduos altamente poluentes, reduzindo custos com consumo de energia elétrica e diminuindo o impacto ambiental da unidade. A iniciativa também terá como efeito indireto a mitigação da pressão sobre a rede elétrica nacional, já que diminuirá a demanda externa da unidade.

“A preservação do meio ambiente é mantida em todas as nossas atividades, da propriedade até o produto final. Estamos sempre em busca de estratégias inovadoras que garantam o bem-estar de todos. Temos a grande satisfação de contar com o BNDES neste projeto. Vamos dar uma destinação correta aos resíduos, produzir energia elétrica limpa, proporcionando ainda mais sustentabilidade à nossa cooperativa”, diz Valter Pitol, diretor-presidente da Copacol.

Com investimento total de R$ 12,7 milhões, todo proveniente do Fundo Clima, o projeto terá capacidade de geração de 1 MW e de processamento de 5,6 mil metros cúbicos por ano. A maior parte do investimento será destinada à aquisição de máquinas e equipamentos nacionais.

Tecnologia – O biogás é um tipo de combustível gerado a partir do processo de biodigestão feito por bactérias fermentadoras em material orgânico, como o lixo. A geração a partir da vinhaça ainda é recente e contribui para a diversificação da matriz energética derivada de fontes renováveis. Além da capacidade de gerar energia elétrica, se purificado o biogás pode ser utilizado em veículos, como substituto do diesel (combustível fóssil). A substituição de combustíveis fósseis como o óleo diesel, no processo produtivo agroindustrial, gera uma redução adicional nas emissões de gases causadores do efeito estufa. O resultado final pode ser uma pegada praticamente neutra ou até mesmo negativa de carbono.

Fonte: DP Pixabay

Fonte: BNDES Imprensa