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Quem é o índio e quem é o produtor rural

Você conhece ou já ouviu falar de Moisés Santana, Aldir Senna, Adriano Ganso ou Jorge do Finge? São nomes conhecidos no meio artístico-musical. Compositores de sambas importantes dentro da música brasileira, porém sem nenhuma expressão para o agronegócio.

Certamente, a partir de agora eles passam a ser nomes que interessam aos produtores rurais brasileiros, afinal, foram esses rapazes os autores do samba-enredo da escola Imperatriz Leopoldinense, do Rio de Janeiro, que vai levar para a Sapucaí no carnaval 2017, uma imagem desastrosa do homem do campo.

A música é uma referência ao Xingu relatando que o índio e a floresta pedem socorro, informando que o nativo brasileiro é herói, homem de fé, um guardião e completa com “O índio luta pela sua terra // da Imperatriz vem seu grito de guerra!”

Então eu pergunto, de onde vem o grito de guerra, o clamor, a voz, do produtor que trabalha de sol a sol, de janeiro a janeiro, para sustentar uma nação? Quem vai dar a vez para esse homem que tem a fé tamanha que é capaz de enterrar toda a sua riqueza crendo que ali, no solo, vai ter calor, umidade e nutrientes suficientes e capazes de promoverem a germinação, o desenvolvimento e chegar até à colheita em um momento de mercado que lhe dê condições de comercialização para cobrir os custos, sobrar a despesa do ano e ainda o de reinvestir na próxima safra?

Quem é que realmente integra uma nação sem a menor infraestrutura, se submeteu a terras onde sequer chegava de carro e ele foi de cacaio nas costas, carros de tração animal, ou em comitivas que seguiam no lombo de um cavalo, que atravessava rios a nado?

Fé, aventura, heroísmo, paixão, se faz assim, saindo de seu reduto, buscando dias melhores, ficando embaixo de barracos de lona, trabalhando com esposa e filhos nos mais belos rincões brasileiros, fossem eles no Sul do Brasil ou em locais menos suntuosos como ocorrera em Mato Grosso ou Rondônia, Acre ou Amazonas, e tantos outros estados. Esse nosso herói, sem reconhecimento, sem respeito, fez sim a integração na nação ligando o norte ao sul, o nordeste ao centro oeste, o sudeste com o resto do país em cima de eixos de caminhões que levam, todos os dias, a produção de uma região para a outra.

Você acha que os rapazes que citamos lá em cima, no começo da nossa fala, entendem o que estamos falando? Claro que não! Afinal eles são “o malandro carioca” que carrega na pele a linda cor que o sol do mar e das praias de Copacabana oferecem, o chiado largado, na fala, que não é o mesmo do natural do norte do nosso país. O sambista tem a cultura brasileira sim, mas não a do homem do campo que enfrenta todos os problemas de logística, de infraestrutura ineficiente, carga tributária sufocante e ainda é capaz de gerar riquezas.

Mas e então, o que fazer com os índios? Caso eles não queiram integrar à sociedade branca, concordo que eles tenham suas terras protegidas para garantir ali a preservação da sua cultura. Porém a sua cultura é viver da terra, lá na floresta, sem contato com a civilização aqui instituída, sem conhecer e usufruir a tecnologia, sem participar das escolas dessa sociedade, e também sem usar os medicamentos descobertos pela tecnologia química, afinal controle populacional se dá com as mortes por malária, por tétano e viver da sabedoria dos caciques e pajés, usando o que a natureza lhes proporciona.

Comida de geladeira, banho de chuveiro, casas de alvenaria, aparelho nos dentes, óculos de sol, antenas parabólicas, internet, telefones celulares de última geração ou carros com computador de bordo, dentre outras loucuras do homem branco, não né….

 

Fabélia Oliveira – jornalista SUCESSO NO CAMPO [email protected]

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