Transgenia – um monstro na agricultura ou uma vacina que todo mundo quer??

Interessante vermos discussões num passado tão recente sobre a agricultura envolvendo tecnologias para maior resistência a pragas e consequentemente melhor produtividade, leia-se: transgenia.

Vimos um grupo ‘torcer o nariz’ para o campo e condenar qualquer uso. Indústrias querendo buscar um nicho de mercado, para esses consumidores ‘politicamente corretos’, criando produtos com dizeres em seus rótulos: “produto orgânico”, “soja orgânica” etc.

Alguns exigem informações sobre a origem do produto que fez a ração que alimentou o animal, para só então decidir se compra essa carne ou não, pois ele não quer a carne de um animal que comeu uma ração com grãos ‘transgênicos’. Mas afinal de contas o que é a transgenia ou quem é a transgenia????

Vale lembrar que além da soja transgênica, motivo que levou e leva tanta polêmica, a insulina usada por pacientes diabéticos é um produto transgênico e o mais recente e famoso transgênico é a tão disputada vacina contra a Covid-19.

Trago abaixo a replicação do conceito colocado em 20 de agosto de 2020 no endereço https://blog.enem.com.br/ escrito por Bárbara Cerizze, intitulado “O que são os transgênicos?

  • Agricultura: uma grande parte das commodities da agricultura brasileira e mundial são transgênicas. Isso porque elas foram modificadas geneticamente com o objetivo de tolerar vários herbicidas, resistir diferentes espécies de insetos ou até mesmo aumentar sua produtividade. Por exemplo, a soja, o milho, o algodão e a canola são commodities que, em sua maioria, são transgênicas.
  • Saúde: muito do avanço da medicina contou com a ajuda de transgênicos. Há um número alto de vacinas criadas por meio de métodos da biotecnologiaalém de tratamentos, diagnósticos e medicamentos sendo desenvolvidos com a ajuda da transgenia. Alguns exemplos são as vacinas contra a Hepatite B e a vacina contra a Dengue, usadas para imunizar animais. A principal e mais famosa aplicação da transgenia na área da saúde é a produção de insulina por meio de organismos transgênicos, no tratamento de pessoas diabéticas. É feito de tal forma: pegam bactérias Escherichia coli (comuns na flora intestinal humana) e inserem genes humanos responsáveis pela produção do hormônio insulina e assim tornam-se capazes de produzir.
  • Alimentos: diz-se que é alimento transgênico aquele que tem seu DNA modificado pela inserção de um ou mais genes de outro organismo, ou que possui, em sua formulação, ingrediente que passou pelo processo da transgenia. Comparando fisicamente os alimentos comuns e os transgênicos, não é possível observar nenhuma diferença entre eles. Entretanto, os geneticamente modificados possuem características que melhoram seu cultivo e sua produtividade. Os alimentos mais produzidos são aqueles que apresentam grande resistência a pragas, necessitando de menos agrotóxicos. Além desses produtos, existem também espécies de frutas que apresentam maior prazo para amadurecimento e aquelas com maior valor nutricional. Existem cada vez mais alimentos transgênicos atualmente, os maiores exemplos são os grãos, os fungos e as leveduras, que atuam na fermentação e na preservação dos aromas e sabores de diversas comidas e bebidas.

O uso da transgenia tem permitido, além de maior produção em menor ou mesmo espaço, ter mais equilíbrio ambiental já que há menor necessidade de uso de defensivos, uma vez que a planta é mais resistente às pragas.

A título de informação, a transgenia na soja é apenas a inserção de um gene animal (da lagarta) no vegetal que quando a planta atacada pela lagarta, esta se intoxica e morre, não causando maiores prejuízos à lavoura. A toxidade é para a praga, não para a planta, nem para o ser humano. Exatamente como está ocorrendo na produção da vacina, mas com uma diferença: o uso da transgenia na agricultura já passou por anos de experiência e avaliação para depois chegar ao mercado, diferentemente do que está ocorrendo com a vacina que está sendo experimentada “ao vivo”.

Um peso e duas medidas. Para a agricultura, condenado. Para a vacina, desejado.

Fabélia Oliveira, apresentadora do programa Sucesso no Campo