Como começar a criar galinhas Índio Gigante

Conheça as características da raça de galos e galinhas Índio Gigante e veja como iniciar a criação dessa raça altamente lucrativa.

Há algumas décadas que a avicultura brasileira tem merecido grande destaque mundial. Seu pacote tecnológico formado por genética, nutrição, reprodução, sanidade e ambiência vem resultando em constante melhoria da qualidade. Dentre as raças que contribuem para esse desenvolvimento, galos e galinhas Índio Gigante chamam a atenção de criadores. Considerada uma das raças mais nobres, a criação representa um segmento em alta, tanto que diversos criadores de aves caipiras tradicionais estão migrando para a criação da raça Índio Gigante.

Galos e Galinhas Índio Gigante e as principais características da raça

O Índio Gigante é animal melhorado descendente de algumas raças comuns no Brasil. Entre essas raças, cita-se as raças combatentes (rinha), Raças Puras (Shamo e Malaio), além de galinha caipiras Brasileiras (Sem Raça Definida). Mas, apesar dessa origem, tanto os galos, quanto as galinhas Índio Gigante são bastante mansos.

A raça Índio Gigante apresenta canelas grossas e amarelas, carcaça volumosa e arredondada, rabo voltado para baixo, cabeça larga e grossa e pele entre bico e o pescoço, conhecida como barbela de boi.

Além dessas características da raça, Gustavo Alcântara, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Aves da Raça Índio Gigante (Abracig) relata que a raça tem seu crescimento acelerado e bom ganho de peso, sendo uma ave de dupla aptidão (tanto ornamental quanto corte).

Os atributos genéticos cada vez mais especializados também fazem do macho um ótimo gerador de frangos precoces com excelente rendimento de carne, firmando outro canal de venda, por ser matriz cobiçada para a formação de novos plantéis.

De acordo com a Abracig, a classificação do índio gigante ainda exige que o galo tenha, pelo menos, 1,05 metro de altura e peso a partir de 4,5 quilos. Já as fêmeas devem ter 95 cm e pesar a partir de 3 kg, quando adultas.

Índio Gigante no Brasil: negócio bastante lucrativo

Segundo Alcântara, a criação de galos e galinhas Índio Gigante vem sendo construída há aproximadamente 25 anos. Hoje em dia a genética da raça já está muito avançada. “Hoje, temos entre 2 a 5 mil criadores da raça, uns em evidencia e outros nem tanto”, complementa.

Com o avanço da raça, a criação de Índio Gigante vem se tornando um negócio bastante lucrativo. O presidente da Abracig explica que já há galos e galinhas Índio Gigante comercializados à valores altíssimos. “Alguns machos já foram comercializados por valores de até 200 mil reais e fêmeas na casa de 75 mil reais”, diz o presidente da Abracig.

Segundo o profissional a média de venda de exemplares da raça gira em torno de R$3.500,00 a R$5.000,00 para machos e de R$1.500,00 a R$3.000,00 para fêmeas. Ele explica ainda que hoje em dia a criação dessa raça visa menos o abate e mais a genética.

Como iniciar a criação de Índio Gigante?

Com a crescente popularidade de galos e galinhas Índio Gigante, muitas pessoas começam a se interessar pela raça. Porém, Alcântara explica que infelizmente muitas pessoas estão “vendendo gato por lebre”.

Assim, Alcântara recomenda que para quem está iniciando, é preciso buscar os criadores que estão vinculados na Abracig. “Ao fazer isso, temos certeza da idoneidade dos mesmos e de ter matrizes de maior qualidade”, diz.

Quanto ao manejo, o presidente da Abracig diz que tanto galos quanto galinhas Índio Gigante requerem os mesmos manejos sanitários de estrutura de aves caipiras.

O profissional explica que essa raça já está adaptada à praticamente todas as regiões do país, sendo tolerante ao frio e ao calor, mesmo quando são muito fortes. Também pode se alimentar dos mesmos alimentos de aves caipiras, mas a melhor opção é adotar uma ração balanceada.

Quanto ao espaço físico, Alcântara explica que essa raça não exige muito espaço. Porém, vale lembrar que essencialmente os galos Índio Gigante possuem uma estatura alta, podendo se tornar agressivos se forem expostos a situações de stress.

 Então, o local em que os galos Índio Gigante ficarão deve ser espaçoso para evitar disputa por espaço e até mesmo brigar, acabando por se machucar.

Por fim, Alcântara explica que o maior salto no crescimento destes animais ocorre entre os 4 e 8 meses, podendo se estender até o 14º mês.

Fonte: Agrishow/Créditos: Gustavo Alcântara, presidente da Abracig