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Emprego e renda do agro ajudam a combater a fome no Brasil

Por Fábio de Salles Meirelles*

Relacionar o dinamismo e eficiência do setor agropecuário do País com o problema da insegurança alimentar enfrentado por milhões de brasileiros, como fazem alguns políticos e acadêmicos, é uma demonstração de falta de conhecimento ou pura desonestidade intelectual. Alguns pesquisadores apontam o “absurdo” de o Brasil ser um grande exportador mundial de alimentos e haver um número crescente de pessoas em situação de fome, como se a resolução dos problemas fosse apenas uma questão de oferta e distribuição de demanda, uma premissa completamente equivocada.

A questão da pobreza e da fome do Brasil tem razões complexas e estruturais e o seu agravamento ocorre por motivos conjunturais, como a perda de emprego e renda. A inflação, como todos sabem, castiga em especial os mais vulneráveis, que tem poucos, ou nenhum, meios de proteção da alta dos preços. O agro brasileiro, como vimos nos casos de aumentos sucessivos do diesel, também é vítima deste processo.

Em termos de emprego, no entanto, o desempenho positivo do agro brasileiro também tem repercutido no mercado de trabalho rural. O setor tem contribuído para melhorar a situação no País, de forma direta ou indireta. O trabalho no campo gera renda para milhões de trabalhadores, muitos dos quais teriam imensas dificuldades de encontrar empregos no mercado deprimido das áreas urbanas.

No acumulado de janeiro a maio deste ano, a agropecuária brasileira gerou 49.245 postos de trabalho com carteira assinada, de acordo com o boletim Painel do Mercado de Trabalho elaborado pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (FAESP), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (novo Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. Somente no mês de maio foram 26.747 novas vagas criadas pelo setor, o que representa cerca de 10% do total de empregos gerados no País.

O número de trabalhadores com empregos formais na agropecuária cresce há cinco meses. Atualmente, o agro é responsável pelo emprego direto de quase 1,8 milhão de brasileiros. Na comparação com os últimos 12 meses, a evolução dos postos com carteira assinada ativa no setor em 2022 está acima da de 2021, com acréscimo de 4,96%. Ou seja, ao contrário das enviesadas teses, o agronegócio brasileiro está fazendo a sua parte para melhorar a situação social brasileira.

Mas estamos falando apenas de empregos diretos. Afinal, o campo ainda é um grande consumidor, por exemplo, de insumos agrícolas, máquinas e equipamentos que geram empregos na área química e indústrias do setor. Além disso, os segmentos de comércio e serviços de cidades com grande atividade rural também têm níveis de atividades e empregos aquecidos, beneficiando as populações locais.

As exportações do agronegócio brasileiro igualmente dão importante contribuição para a economia. Em maio de 2022 somaram US$ 15,1 bilhões, valor recorde para o mês, impulsionado principalmente pelas vendas de soja em grãos, farelo de soja, carne bovina e de frango in natura, além de celulose, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). A cifra representa alta de 14,2% em relação a maio de 2021.

O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de 2022, que representa o faturamento bruto dentro das propriedades rurais, deve chegar a mais de R$ 1 trilhão, conforme o MAPA. Em maio, o faturamento das lavouras teve crescimento real de 6,56%, o que vai gerar mais emprego e renda, um grande alento para o País.

Fábio de Salles Meirelles é presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo*

Fonte: RV&A

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