Hoje a Fazenda Condor comemora 36 anos juntamente com os 143 anos da chegada da imigração italiana no Brasil. Meu pai, foi um destes imigrantes que se instalou no Rio Grande do Sul e depois de 10 anos na atividade Agrícola buscou uma oportunidade no Agronegócio no centro-oeste do Brasil. Encontrou todo tipo de dificuldade (falta de energia, infraestrutura) mas não desistiu. Começou a empreitada em Jataí, Goiás com 3 sócios: desbravaram o cerrado e iniciaram a produção de alimentos na região, hoje uma das maiores produtoras de soja e milho do mundo.
Nunca nesses anos todos o produtor rural esteve tão em voga (agro é pop) por sua capacidade empreendedora e apesar disso é julgado e condenado pelos ecologistas, ambientalistas, médicos e nutricionistas (agroquímicos e transgênicos), índios, quilombolas, MST. Somos responsáveis pela alimentação de milhares de pessoas e ainda assim culpados pelas inúmeras doenças atuais, pela falta de água, desmatamento (o Brasil é o sexto país em menor número de desmatamento no mundo) e pelos conflitos sociais de terra. Porém, o que vocês não sabem é que nós gostaríamos de poder produzir alimentos de qualidade para todos, mas nós não somos em maioria pesquisadores nem fornecedores de insumos e ainda não encontramos outra forma para produzir em larga escala, pois o pequeno produtor, o governo já decidiu dizimar lhe tirando o apoio e o mandando pra cidade para morrer na miséria. Buscamos o melhor em tecnologia para que possamos suprir a demanda mundial de alimentos e não estamos somente preocupados com o nosso umbigo. Almejamos sim o lucro como qualquer empresário, mas certas culpas não podemos mais carregar sozinhos, pois outros tipos de empresas e vocês cidadãos também devem assumir.
Sobre a questão indígena, quem não conhece a situação de fato, sobre cada reserva indígena no país, não pode opinar e o mesmo vale para o movimento sem terra. Assistir TV e ler no jornal nem sempre é a realidade. Vivemos hoje em algumas reservas indígenas um conflito de interesses muito grande devido a produção de algumas riquezas (nióbio, por exemplo) bem como os interesses dos caciques, governantes e da comunidade internacional que desmatou seus países e quer comprar as nossas florestas e assim não existe mais o real interesse das tribos. Está na hora do mundo e dos governantes parar de usar essas pessoas como massa de manobra e incluí-las na sociedade para assim ter direitos e deveres como todos nós. Mas se a “máfia” brasileira (diga-se o governo brasileiro, pois a “máfia” é considerada mundialmente uma instituição que esta acima do bem e do mal) é absolvida e isenta de todos os crimes que comete porque seríamos nós produtores rurais os culpados? O assunto é longo e polêmico. Continua no próximo capítulo da comédia da vida rural.
Parabéns pai e mãe pela Fazenda Condor, pela coragem de empreender e por gerar emprego e renda para o país! Obrigada Senhor pois mais um ano produtivo!
Por: Fernanda Sovernigo
Imagens: Galpão Agência e Produção
