Alongamento das raízes aumenta tolerância à seca

A principal característica dessas plantas é aproveitar ao máximo as propriedades do solo

Cientistas da Fundação Instituto Leloir (FIL) conduziram um estudo que busca determinar a estrutura tridimensional de uma proteína associada ao alongamento celular nas raízes para que as plantas possam produzir em climas quentes ou solos áridos. Segundo o Dr. José Manuel Estevez, chefe da Base Laboratório Molecular do Desenvolvimento Vegetal da FIL e pesquisador do CONICET, o objetivo é fazer com que as plantas produzam mais em menor área de terra.

“A caracterização da estrutura também nos ajudar a entender a sua função e, eventualmente, levar a ferramentas biotecnológicas para aumentar a produtividade na agricultura. Além de detectar as condições do solo, o pelos radiculares são as estruturas responsáveis pela absorção de água e nutrientes”, comenta.

O artigo foi publicado na revista Molecular Plant e envolveu dois especialistas em modelagem computacional do Instituto Físico-Químico de Materiais, Meio Ambiente e Energia (INQUIMAE). Um deles foi a Dra. Raquel Chan, diretora da plantação biotecnológica do Instituto del Litoral, que afirmou que os resultados do processo não significam que as plantas poderão crescer em qualquer lugar.

“Isso não significa que essas plantas crescem no deserto, o que torna esta tecnologia é permitir tolerar muito mais tempo para uma menor ingestão de água ao longo do seu ciclo de vida e uma menor perda de desempenho. Temos que desenvolver tecnologias para que não cheguemos a um momento em que haja guerras pela comida”, explica.

Nesse cenário, Estevez acredita que a principal característica dessas plantas é poderem aproveitar ao máximo as propriedades que o solo oferece. “Quando estabelecemos a estrutura 3D das extensivas, podemos saber melhor como elas interagem com outras moléculas no desenvolvimento de pelos radiculares. Desta forma, lançaremos as bases que possibilitarão aumentar a capacidade das plantas de aproveitar ao máximo os recursos do solo “, finaliza.

Fonte: Agrolink/Por Leonardo Gottems

Crédito Imagem: Domínio Público/Pixabay