Análise de risco climático possibilita financiamento de novas culturas

Um trabalho da Epagri que uniu profissionais de pesquisa e extensão rural acrescentou 30 culturas à lista de lavouras com recomendação de cultivo em Santa Catarina. Isso significa que as famílias rurais podem financiar essas lavouras pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e contratar o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), um seguro vinculado à linha de crédito.

Esse trabalho partiu da demanda dos agricultores por financiamento de culturas que historicamente eram produzidas no Estado, como abóbora, alface, alho, ameixa, batata, brócolis, cebola, cenoura, maracujá, morango, pimentão e tomate, por exemplo. Com alterações na legislação do crédito rural, culturas que antes podiam ser financiadas diretamente nos bancos passaram a demandar recomendação da assistência técnica local – no caso de Santa Catarina, dos extensionistas da Epagri.

Então, em 2017, a Epagri colocou suas equipes em ação. Com dados coletados pela rede de estações meteorológicas, o Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia (Epagri/Ciram) realizou 30 análises de risco climático para culturas agrícolas de importância econômica para o Estado. Esse trabalho quantificou, para cada espécie e cada local de plantio, o risco associado aos eventos climáticos considerados críticos para o desenvolvimento das lavouras.

Concluída essa etapa, os profissionais de extensão rural têm mais segurança para recomendar o cultivo para os agricultores de cada município. Também podem orientar e apoiar as famílias rurais no acesso ao Pronaf e na contratação do Proagro. Com esse seguro, o produtor pode investir em suas lavouras e solicitar indenização em caso de frustração de safra.

Só no ano agrícola 2017/2018, foram firmados 6.748 contratos de financiamento do Pronaf no valor de R$236 milhões em Santa Catarina para essas 30 culturas, somando uma área estimada em 23,3 mil hectares. São famílias que conseguiram financiamento para implantar suas lavouras com os menores juros do setor e que se sentem mais seguras para trabalhar.

Uma dessas famílias é a de Sebastião Back Ferreira, de Anitápolis, na Grande Florianópolis. Ele recebe assistência técnica da Epagri no plantio direto de hortaliças e também no acesso a políticas públicas. Na última safra, Sebastião custeou e contratou seguro para as lavouras de tomate, com 5 mil pés, e de pimentão, com 2 mil pés. “Faço isso principalmente porque quero ter a lavoura segurada. Espero não precisar usar o seguro, mas se tiver algum estrago, como uma chuva de pedra, fico tranquilo porque sei que não vou ter prejuízo”, diz.

Fonte: Ciram Epagri