Anvisa conclui que 2,4-D não traz riscos ao consumidor

Após reavaliação, a Anvisa decidiu manter o 2,4-D no mercado brasileiro por não encontrar qualquer evidência de que o herbicida seja tóxico para a reprodução e para a formação de fetos (teratogênico), nem para o sistema endócrino. “Os dados disponíveis também afastam a possibilidade de o produto ser mutagênico ou causador de câncer”, afirmou a Anvisa em comunicado oficial.

A Agência afirma ter revisado ainda todos os limites de resíduos vigentes e também avaliou dados sobre resíduos de agrotóxicos em alimentos e na água, chegando à conclusão de que não existe perigos para o consumidor final: “Mesmo considerando os níveis máximos de resíduos de 2,4-D encontrados em alimentos e na água, o risco para a população é bem reduzido”.

Por outro lado, a Agência aponta riscos para o trabalhador rural que lida com esses produtos e, por isso, definiu medidas que terão que ser adotadas para sua aplicação no campo. Uma delas é a definição de um limite de exposição para o trabalhador rural. Com isso, a Anvisa pode definir medidas de proteção específicas para esse trabalhador.

O trabalhador que preparar o produto não poderá ser o mesmo que fará a aplicação no campo, mesmo com máquinas. A reentrada de trabalhadores só poderá ser feira em uma área que foi pulverizada com o 2,4-D depois do tempo mínimo definido ou com uso de equipamento de proteção individual.

Foi delimitada uma margem de bordadura de 10 metros para o interior da plantação em que o agrotóxico não pode ser aplicado, caso haja edificações a menos de 500 metros da lavoura. Será ainda obrigatório o uso de equipamento ou alteração na formulação que minimize o perigo de dispersão do produto para fora da lavoura.

Limitação da dose máxima – Será de 1,7 kg/hectare por via costal, isto é, quando o trabalhador usa a bomba de aplicação como uma mochila. Esta medida é específica para a cultura de café e quando não for possível a redução da deriva.

Fonte: Agrolink – Por: Leonardo Gottems