CEEMA – Mercado da Trigo

As cotações do trigo em Chicago recuaram fortemente durante a semana, fechando em US$ 3,94/bushel, valor que não era praticado desde meados de dezembro de 2016. Portanto, o valor atual do trigo é o mais baixo em 12 meses naquela Bolsa. A média de novembro ficou em US$ 4,22/bushel, contra US$ 4,34 em outubro. No ano passado, neste mesmo dia de dezembro, o bushel de trigo valia US$ 3,86.

Dentre os principais motivos para tal comportamento encontramos, além da grande oferta mundial, o fato de que as exportações dos EUA em trigo continuam fracas. As mesmas ficaram em apenas 184.400 toneladas na semana encerrada em 23/11, para o ano 2017/18. Já para o ano seguinte as mesmas atingiram a 3.000 toneladas. O somatório dos dois anos ficou abaixo do esperado pelo mercado.

Neste contexto, o trigo estadunidense vem perdendo competitividade no cenário mundial. Soma-se a isso o fato do Canadá anunciar uma colheita superior a 30 milhões de toneladas neste ano comercial, surpreendendo o mercado. Completou o quadro baixista o recuo nos preços do petróleo no mercado internacional e a firmeza do dólar.

Na Argentina, a atual colheita chegava a 34% no início desta semana, avançando bem em relação aos 19% registrados na semana anterior.

No Mercosul, a tonelada FOB para exportação permaneceu entre US$ 180,00 e US$ 200,00 na compra.

No Brasil, os preços melhoraram um pouco. O balcão gaúcho voltou a superar o teto dos R$ 30,00, fechando a semana na média de R$ 30,29/saco. Já os lotes ficaram em R$ 36,00/saco. No Paraná, os lotes giraram entre R$ 40,20 e R$ 40,80/saco, enquanto o balcão registrou R$ 32,00 a R$ 34,00/saco. Em Santa Catarina, o balcão fechou a semana entre R$ 31,00 e R$ 32,00/saco nas principais praças do Estado, e a média dos lotes ficou em R$ 35,40/saco na compra.

Neste contexto, nota-se que o produtor brasileiro tenta ao máximo valorizar o seu produto, especialmente o pouco produto de qualidade superior que foi colhido nesta atual safra. Todavia, a permanência do câmbio ao redor de R$ 3,23 e o recuo nos preços FOB na Argentina na medida em que avança a colheita local, dão mais competitividade ao trigo importado do vizinho país.

Assim, o setor industrial brasileiro dá atenção especial as paridades de importação, deixando parcialmente de lado o trigo nacional, especialmente porque um grande volume é de qualidade inferior neste ano. Apesar disso, não se descarta melhorias futuras nos preços do trigo superior no Brasil, especialmente se houver novas desvalorizações do Real em função das eleições gerais em 2018.

A semana terminou com a comercialização em ritmo lento no Brasil. Espera-se que boa parte do trigo de baixa qualidade seja escoada para ração animal e/ou para a exportação junto a países menos exigentes. Assim, no geral, mesmo havendo espaço para breves altas no mercado nacional do trigo, o quadro geral é de preços nestes níveis e, na média, mais baixos caso as importações da Argentina continuem viáveis.

Fonte:  CEEMA / UNIJUI –CEEMA

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