Chove no Brasil, mas não o bastante para início do plantio da nova safra de verão

Segundo números da Climatempo, as chuvas voltaram a ocorrer em algumas regiões do Brasil. Como indica o mapa a seguir, nos últimos cinco dias, no Centro-Oeste o estado de Mato Grosso recebeu de 5 a 20 mm; Mato Grosso do Sul, de 15 a 25 mm, parte do Goiás de 1 a 10 mm; já no Sul do país, Rio Grande do Sul registrou de 15 e 30 mm, enquanto Paraná e Santa Catarina receberam de 5 a 15 mm.

No Sudeste, chove mais de 20 mm nesta terça-feira (6) e, nos últimos cinco dias, os acumulados mais elevados foram em São Paulo, no Espírito Santo e Rio de Janeiro – de 1 a 10 mm -, enquanto em Minas Gerais, apenas o sul do estado registrou a ocorrência de precipitações. No Nordeste, o leste da Bahia contou com chuvas de 5 a 10 mm nos últimos cinco dias.

Acumulado de Chuvas nos últimos 5 dias - Fonte: Climatempo

Essas chuvas começam a se intensificar nesta semana, ainda segundo a Climatempo, com a instensificação de um sistema de baixa pressão ao largo da Costa do Rio Grande do Sul e que ganha força a partir desta terça-feira, a nove dias do final do período do vazio sanitário na maior parte dos estados produtores de soja do Brasil. No entanto, a pergunta da maior parte dos produtores brasileiros neste momento, prestes a darem início ao plantio da nova safra de soja, é se essas condições de clima permanecem e se estendem até o início dos trabalhos de campo.

Por enquanto, a resposta ainda é não. De acordo como climatologista Luiz Carlos Molion, a estação chuvosa deve se atrasar este ano e a previsão é de que as precipitações regulares possam ser registradas somente no segundo bimestre do ano, podendo atrasar a semeadura da safra de verão em boa parte do Brasil.

“O produtor rural deve ter paciência e esperar a estação chuvosa se formar”, aconselha Molion. “Se cair uma ou outra chuva [antes da terceira semana de novembro], esta deverá ser localizada”.

Diante de situações como estas que a tecnologia e o cruzamento de informações são fundamentais para minimizar os impactos dos riscos climáticos sobre a safra. Com isso, uma equipe de profissionais com larga experiência no agronegócio desenvolveu uma ferramenta que visa contribuir com o dia a dia do produtor rural. Trata-se do Crop View.

“Cropview é uma ferramenta de gestão que auxilia o produtor nas grandes decisões de investimentos. Calcula como o clima afeta a produtividade, se existem alertas de geadas ou aparecimento de doenças por causa do clima. Com o Cropview você acompannha o histórico de produtividade dos últimos 10 anos na sua região e até da sua propriedade, além de saber qual a janela ideal para plantio e colheita. No site é possível fazer simulação de safra a acompanhar a previsão do tempo para 15 dias e a tendência climática para os próximos 6 meses”, explica a equipe do projeto.

E nesta terça-feira (6), às 11h, Cristina Queiroz, integrante da equipe e atuando há mais de 20 anos no setor, participará de uma entrevista AO VIVO no Notícias Agrícolas para detalhar os mecanismos oferecidos pelo Crop View. Vale a pena acompanhar! 

Próximos dias

Já na próxima semana, no período de 11 a 15 de setembro, o tempo volta a secar e as chuvas ficarão ainda mais escassas, de acordo com as previsões da Climatempo. “A temperatura irá subir e o predomínio será de bastante calor na maioria das áreas”, informa o boletim semanal do instituto de meteorologia.

Figura 3

Chuvas Regulares

Como explica Molion, o planejamento e a cautela devem ser as palavras dessa nova safra brasileira, uma vez que a possibilidade de que o período ideal para o plantio possa chegar somente na terceira semana de novembro é grande. Há ainda, de acordo com suas previsões e estudos, a probabilidade de chuvas regulares e acima da média ainda em dezembro, porém, com a chance de um veranico antecipado em janeiro.

“Quem for fazer safrinha está bem servido, mas o produtor precisa tomar cuidado porque nós estamos vindo de um período crítico”, diz o climatologista.

Além disso, Molion segue reforçando a necessidade de se acompanhar os efeitos do La Niña e o fortalecimento deste fenômeno. Seus estudos mostram ainda que, em comparação com os números de 1998, o mesmo poderia ter duração de até três anos.

Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas