Chuva favorece recuperação da soja e plantio do milho safrinha

Para o milho safrinha, a previsão é de que no período entre março e maio as chuvas se mantenham acima da média

Há uma boa notícia nesta semana para as regiões que tiveram suas plantações prejudicadas pela estiagem dos últimos meses. A frente fria que avança pelas regiões Sudeste e Centro-Oeste deve provocar chuvas nessas áreas e levar maior volumes o Matopiba, que abrange os polos agrícolas do Maranhão, Tocantins, Piauí, Bahia.

“Trata-se de um cenário positivo, principalmente pelo fato de esta frente fria reestabelecer o corredor de umidade que habitualmente se forma entre os meses de outubro e março, o que este ano não ocorreu ou ocorreu com intervalos”, explica João Castro, agrometeorologista da consultoria Climatempo.

Segundo ele, as áreas com maior potencial de ser beneficiadas com as chuvas são as do Centro-Oeste e as demais abaixo em direção ao Sul. As mais afetadas pela falta de umidade nos últimos meses foram as regiões agrícolas do oeste da Bahia, sudeste goiano, Paraná, Triângulo Mineiro e Oeste de São Paulo.

“Depois de dez dias sem chover, o pessoal estava preocupado e já nos ligava desesperado no serviço de meteorologia buscando de informações”, relata Castro se referindo aos produtores de soja, atualmente em plena colheita.

A partir da segunda semana de fevereiro, diz o meteorologista, a tendência é que a chuva volte a ser melhor distribuída. “Em locais aonde a lavoura não está tão avançada, pode até haver alguma recuperação. Sabemos pela Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso) que, devido à precipitação mal distribuída entre dezembro e janeiro, há perdas de 30% na colheita de soja no Paraná, cerca de 20% na Bahia e Piauí, e 15% no Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais.

Para o milho safrinha, a previsão é de que no período entre março e maio as chuvas se mantenham acima da média, podendo ajudar o desenvolvimento das lavouras. “Clima, a gente tenta trabalhar com até seis meses de antecedência. Prazos maiores que esses já abrem muita margem para erros”, afirma João Castro.

Fonte: A crítica de Campo Grande