Classe produtora deve ficar de olho nas previsões meteorológicas nos próximos quatros meses, alerta especialista em evento

A produção da safra 19/20 de soja dependerá da atenção que a classe produtora dará para os próximos quatros meses às previsões meteorológicas. Esse cuidado ajudará na tomada de decisão sobre o dia de plantar, de cuidar e colher o grão. Além disso, informações eficientes sobre o clima poderão contribuir para a rentabilidade do negócio.

“Sugiro total atenção ao clima nos Estados Unidos, pois esse ano será de um mercado climático extremamente ativo, o que poderá dar boas oportunidades de negócio aqui no Brasil. E em segundo nas previsões para o início da safra 2019/20, já que os modelos começam a sinalizar uma nova tendência das chuvas se regularizarem mais tarde nesse começo de safra. Com isso, se não tiverem atentos no momento do plantio, poderão perder áreas plantadas e dinheiro”, alertou Marco Antonio dos Santos, agrometeorologista para mais de 300 pessoas que participam do XIX Encontro Técnico Soja Fundação MT que acontece em Cuiabá/MT.

De acordo com o especialista as interpretações das tendências climáticas são um dos fatores que podem limitar ou contribuir para a hora certa de semear, de fazer as aplicações necessárias de defensivos agrícolas, de aplicar os dessecantes para a colheita, bem como colher no momento correto. “Produtor que quer ter rentabilidade e sustentabilidade do seu negócio tem que inclusive saber como está o clima nas outras regiões produtoras, assim ele poderá saber se haverá quebras ou não na safra e com isso, poderá se posicionar melhor nas negociações de venda do seu produto”.

Na palestra intitulada “Safra18/19 – fatores climáticos que levaram a redução de produtividade”, Marco Antonio falou sobre os principais fatores limitantes da produção da soja da safra 18/19. Segundo ele na safra passada tiveram vários fatores. Mas o que mais afetou a safra de soja em Mato Grosso foram os baixos índices de radiação solar ao longo do mês de novembro e as altíssimas temperaturas, em especial as temperaturas noturnas que ficaram bem acima da média ao longo de toda a safra. Outro fator foi a baixa disponibilidade hídrica no mês de janeiro. “Essa safra não foi tão ruim como pregavam com relação ao clima. O El Niño não chegou afetar de fato a produção de soja. O que realmente afetou foram as fortes oscilações das temperaturas das águas equatoriana da região leste do Oceano Pacífico.”

Evento – O XIX Encontro Técnico é realizado pela Fundação MT e parceiros. Na pauta discussões sobre o panorama da safra 18/19 e recomendações técnicas para o planejamento da próxima safra. É um evento voltado para engenheiros agrônomos, técnicos agrícolas, produtores rurais, pesquisadores e especialistas. Essa edição está sendo realizada desde terça de noite e seguirá até sexta-feira no hotel Gran Odara em Cuiabá/MT.

Fonte: Fundação MT Por Julianne Caju