Cotações da soja em Chicago consolidaram o movimento de recuo

As cotações da soja em Chicago consolidaram o movimento de recuo nesta semana, porém, o mesmo não chegou a ser intenso. O fechamento desta quinta-feira (22) ficou em US$ 10,29/bushel, contra US$ 10,40 uma semana antes.

Houve chuvas nas regiões produtoras da Argentina, fato que acalmou um pouco o mercado, embora as perdas por lá já sejam irreversíveis em boa parte das lavouras. Efetivamente a tendência é de que o vizinho país colha apenas 40 milhões de toneladas de soja, contra 57 milhões inicialmente previstas. Mas o mercado já precificou esta situação e tal realidade parece não pesar muito mais sobre as cotações em Chicago.

Neste momento, as atenções se voltam para o relatório de intenção de plantio do USDA, previsto para este próximo dia 29/03. Há expectativa do anúncio de uma área recorde de soja, com aumento em relação a 2017, em detrimento do milho.

Por outro lado, durante esta semana pesou favoravelmente para as cotações o fato das exportações de soja estadunidenses estarem melhores do que o esperado para esta época do ano, momento em que a safra sul-americana entra no mercado.

Dito isso, importante se faz lembrar que os Fundos estão com posições compradas significativas em Chicago e a qualquer momento poderão vendê-las, provocando um “efeito manada”, derrubando as cotações.

Além disso, informações meteorológicas dão conta de que o fenômeno La Niña estaria enfraquecendo e o sistema El Niño o substituirá ainda neste ano. Isso significa maior quantidade de chuvas. A questão é se tais chuvas viriam sobre as áreas produtoras dos EUA, pois daqui em diante será o clima neste país, dentre outros fatores, que ditará o comportamento dos preços em Chicago.

Enquanto isso, a Associação Norte-Americana dos Processadores de Óleos Vegetais (NOPA) informou que o esmagamento de soja atingiu a 4,18 milhões de toneladas em fevereiro, volume que ficou acima do registrado em fevereiro de 2017, sendo recorde para um mês de fevereiro.

Já as exportações líquidas dos EUA, para o ano 2017/18, somaram 1,27 milhão de toneladas na semana encerrada em 08/03, ficando 30% acima da média das quatro semanas anteriores. Para o ano seguinte o volume atingiu a 77.400 toneladas. A soma dos dois anos ficou dentro das expectativas do mercado. Quanto às inspeções de exportação, o volume atingiu a 490.536 toneladas na semana encerrada no dia 15/03, decepcionando o mercado. No acumulado do atual ano comercial, iniciado em 01/09/2017, o volume inspecionado chega a 40,2 milhões de toneladas, contra 45,8 milhões em igual momento do ano anterior.

Aqui no Brasil os preços no balcão gaúcho melhoraram um pouco mais durante a semana, porém, os lotes recuaram de forma geral no país. O câmbio ajudou um pouco, quando bateu em R$ 3,30 no transcorrer da semana.

Assim, o balcão gaúcho fechou na média de R$ 70,35/saco, enquanto os lotes fecharam entre R$ 73,30 e R$ 73,70/saco. Nas demais praças nacionais os lotes oscilaram entre R$ 78,00/saco em Abelardo Luz (SC) e R$ 61,50 em Sinop e Sorriso (MT), passando por R$ 73,00 no centro e norte do Paraná; R$ 63,50 em São Gabriel e Chapadão do Sul (MS); R$ 64,00 em Goiatuba (GO); R$ 67,00 em Pedro Afonso (TO) e R$ 70,50/saco em Uruçuí (PI).

A colheita da soja no Brasil, até o dia 16/03, chegava a 56% da área, contra 59% na média histórica e 63% na mesma época do ano passado. Por Estado, a colheita atingia a 4% no RS; 66% no PR; 92% no MT; 88% no MS; 65% em GO; 60% em SP; 50% em MG; 22% na BA; e 15% em SC. Destes Estados, Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, São Paulo e Santa Catarina apresentam atraso na colheita em relação ao realizado no ano passado (cf. Safras & Mercado).

Enfim, enquanto órgãos públicos estimam a colheita brasileira entre 113 a 114 milhões de toneladas, analistas privados, caso de Safras & Mercado, continuam avançando um volume de 117,3 milhões de toneladas.

Fonte:  CEEMA / UNIJUI

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