Cotações do milho em Chicago recuaram na semana

As cotações do milho em Chicago também recuaram na semana, porém, em ritmo bem menor do que a soja, fechando a quinta-feira (19) em US$ 3,82/bushel, contra US$ 3,88 uma semana antes.

A semana começou pressionada pelas informações da colheita na Argentina, onde 25% da área havia sido cortada até meados de abril e a safra vai sendo estimada em 32 milhões de toneladas de milho, sendo 9 milhões abaixo das expectativas iniciais e 7 milhões menor do que o colhido no ano anterior.

Paralelamente, as exportações de milho por parte dos EUA não chegam a animar o mercado, com as vendas líquidas, na semana encerrada em 5 de abril, atingindo a 839.900 toneladas para o ano comercial 2017/18, volume 46% abaixo da média das quatro semanas anteriores.

O clima nos EUA continua preocupando o setor, já que o plantio naquele país está atrasado, atingindo a 3% da área contra 6% no ano passado. O ponto crítico será o dia 10/05, quando o plantio deve atingir a 50% da área esperada para ser considerado dentro da normalidade. Neste momento, o início da semeatura está difícil. Este elemento climático será o ponto central do mercado nas próximas semanas.

No Mercosul, a tonelada FOB de milho na Argentina subiu para US$ 192,00, enquanto no Paraguai a mesma recuou para US$ 179,00.

Já no Brasil os preços se mantiveram estáveis, porém, com viés de baixa, com o balcão gaúcho fechando a semana na média de R$ 34,31/saco, enquanto os lotes ficaram em R$ 40,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 23,50/saco em Sorriso (MT) e R$ 41,00/saco em Campos Novos (SC), passando por R$ 37,00 em Itahandu (MG).

A partir do final da semana anterior os consumidores começaram a apresentar estoques melhores no mercado paulista, deixando de pressionar o mercado. Ao mesmo tempo, os produtores passaram a vender mais, fato que trouxe o saco de milho na Sorocabana paulista para R$ 37,00 no disponível, enquanto o referencial Campinas ficou entre R$ 40,50 e R$ 41,00/saco CIF. No porto de Santos preços ao redor de R$ 38,50/saco e em Paranaguá a R$ 38,00.

Surge muita oferta no Mato Grosso, produto este que se desloca para outros Estados. Assim, a tendência para maio fica na dependência da continuidade neste abastecimento, a partir da entrada definitiva da safra de verão. Outro elemento que jogará na definição futura dos preços será a cadência de exportação brasileira daqui em diante.

Neste sentido, até o final da primeira semana de abril, o Brasil havia exportado 4,9 milhões de toneladas de milho em 2018, contra 2,2 milhões em igual período de 2017 (cf. Safras & Mercado).

A semana terminou com a safrinha sendo negociada ao redor de R$ 26,00/saco, para entrega em julho e pagamento em agosto, na região goiana de Jataí.
No disponível, a Sorocabana ficou entre R$ 36,00 e R$ 37,00/saco, enquanto o referencial Campinas se mantinha em R$ 41,00/saco CIF.

Enfim, a colheita na safra de verão atingia a 72% da área no Centro-Sul brasileiro em 13/04, ficando nos mesmos níveis de um ano antes. O Rio Grande do Sul havia colhido 94%, contra 85% um ano antes nesta data; Santa Catarina e Paraná 78%, contra 75%; São Paulo 86%, contra 88%; Goiás/DF 73%, contra 60%; Minas Gerais 38%, contra 51%; e Mato Grosso 90%, contra 70% um ano antes. Apenas o Mato Grosso do Sul havia encerrado sua colheita em meados de abril deste ano (cf. Safras & Mercado). A área total semeada/colhida é 23% menor do que a registrada no ano passado no Centro-Sul brasileiro, sendo o Paraná, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso os Estados que registram o maior recuo de área em relação ao ano anterior.

Fonte:  CEEMA / UNIJUI

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