Cotações do milho fecharam abaixo do esperado

Por sua vez, a tonelada FOB na Argentina ficou em US$ 157,00, enquanto no Paraguai a mesma registrou US$ 146,00

As cotações do milho recuaram durante esta semana, puxadas pelo relatório mais baixista do que o esperado, anunciado no dia 12/09 pelo USDA. Com isso, o primeiro mês cotado fechou o dia 13/09 em US$ 3,36/bushel, contra US$ 3,53 uma semana antes.

O relatório de oferta e demanda do USDA apontou o seguinte:
1)    A safra dos EUA 376,6 milhões de toneladas, com aumento de 6 milhões sobre o indicado em agosto, enquanto os estoques finais para 2018/19 sobem a 45 milhões de toneladas, contra 50,9 milhões um ano antes e 42,8 milhões apontados em agosto;
2)    A produtividade média nos EUA ficaria em 11.383 quilos/hectare;
3)    O patamar de preços aos produtores estadunidenses foi reduzido para valores entre US$ 3,00 e US$ 4,00/bushel;
4)    A safra mundial de milho foi aumentada para 1,07 bilhão de toneladas, enquanto os estoques finais mundiais somariam 157 milhões de toneladas no término do ano comercial 2018/19;
5)    A produção do Brasil está estimada em 94,5 milhões de toneladas, enquanto a da Argentina ficaria em 41 milhões, sem modificações em relação ao relatório de agosto;
6)    As exportações brasileiras de milho, em 2018/19, estão projetadas em 29 milhões de toneladas segundo o USDA.

Dito isso, durante a semana confirmou-se que 5% da atual área de milho nos EUA já estava colhida em 09/09, enquanto na Europa igualmente a colheita se desenvolve. Ao mesmo tempo, as exportações dos EUA, na semana anterior, atingiram a 763.500 toneladas, sendo consideradas baixas pelo mercado.

Por sua vez, a tonelada FOB na Argentina ficou em US$ 157,00, enquanto no Paraguai a mesma registrou US$ 146,00.

Já no Brasil, os preços cederam um pouco nestes primeiros dias de setembro. O balcão gaúcho fechou a semana na média de R$ 37,70/saco, enquanto os lotes ficaram entre R$ 42,00 e R$ 43,50/saco. Nas demais praças nacionais, os lotes oscilaram  entre R$ 25,00/saco em Sorriso, Sapezal e Campo Novo do Parecis (MT) e R$ 42,00/saco em Videira (SC).

Em São Paulo, as regiões de Tietê e Campinas trabalharam com valores ao redor de R$ 40,50/saco, com o mercado considerando difícil os preços descerem abaixo deste patamar na região, pelo menos por enquanto. Ainda no mercado paulista, o milho tributado ficou com o mercado paralisado devido a nova tabela de fretes. Na prática, o mercado estará na dependência, até maio, das decisões de venda dos produtores da safrinha e da futura safra de verão.

Neste momento, a safra de verão já está sendo semeada no país. Neste sentido, o Centro-Sul brasileiro registrava 7% da área esperada já plantada em 06/09, contra 4% no mesmo período do ano anterior. Espera-se, na região citada, um recuo de 1,6% na área semeada, com a mesma sendo projetada, no momento, em 4,11 milhões de hectares. No Rio Grande do Sul, onde de fato o plantio avança nesta época, o mesmo atingia a 26% da área esperada, contra 15% no ano anterior. A área gaúcha projetada está em 1,06 milhão de hectares, representando um recuo de 7,8% sobre o semeado no ano anterior. A falta de chuvas em boa parte do país está começando a preocupar. (cf. Safras & Mercado)

Quanto às exportações, nos primeiros 10 dias do mês o Brasil registrava 1,4 milhão de toneladas vendidas em setembro, havendo nomeações de navios para 4 milhões de toneladas no corrente mês. No porto de Santos os preços continuam firmes, diante da desvalorização do Real.

A safra total brasileira, em 2017/18, após a colheita da safrinha deste ano, deverá ficar em 80,7 milhões de toneladas, contra 107,9 milhões no ano anterior. Neste contexto de menor oferta, aumento das exportações e tendência de menor produção na futura safra de verão, o mercado brasileiro considera difícil os preços do milho baixarem mais em relação aos atuais níveis.

Enfim, a comercialização da safrinha brasileira, recentemente colhida, chegava a 56% do total no início de setembro, contra 50% no mesmo momento do ano passado. O volume final da mesma está estimado em 49,2 milhões de toneladas, contra 67,4 milhões no ano anterior.

Fonte: CEEMA – Unijui