Crise de milho fecha agroindústria no Paraná

A unidade da agroindústria Averama, localizada em Umuarama (PR), vai fechar as portas no próximo mês e 1500 pessoas vão ser demitidas. Em nota, a empresa afirma que a unidade enfrentou dificuldades com alta nos custos da energia elétrica e do milho. Veja:

No último ano houve um aumento exorbitante nos custos de produção da empresa. A título de exemplo, temos o aumento de 79% na fatura de energia elétrica, os problemas com a safra de milho que fizeram o preço do insumo subir mais de 80% nos últimos meses. O milho nacional não atende ao mercado interno, sendo preciso importar esse grão a preços exorbitantes em dólar, lembrando que o milho compõe aproximadamente 70% da ração fornecida às aves.

A situação não é exclusividade da Averama Alimentos, esclarece o vice-presidente de mercado da Associação Brasileira de Proteína Animal, Ricardo Santin.

“As empresas estão sofrendo muitas dificuldades. O maior problema é o preço do milho e alguns casos a dificuldade de obter o milho. Você não tem onde comprar. A gente está pedindo que o governo faça como os Estados Unidos, monitore as exportações antecipadas para que a gente saiba qual o cenário produtivo que vai se avizinhar na próxima produção. Em todo o Brasil, é muito preço e numa pancada muito rápida. Isso desequilibra toda a previsão econômica das empresas”.

As perspectivas são de preços do milho ainda altos até a próxima safra de verão, aponta o analista de mercado da Granoeste, Camilo Motter.

“A gente acredita que a safrinha não vai arrefecer o mercado, talvez os preços fiquem um pouco menores entre julho e agosto, mas não vão chegar ao patamar que o setor de carnes gostaria de ver. Na safra de verão entendemos que mesmo que o plantio cresça um pouco não deve crescer tanto, pois há estímulo muito grande ao plantio de soja. O milho deve expandir um pouco, mas não será tão expressivo também”, explica Motter.

Por: Kellen Severo