Empresário considera remotas as chances do Brasil mudar sua pauta exportadora para a China

A possibilidade de o Brasil passar, num futuro próximo, de exportador de commodities a um importante fornecedor de produtos industrializados para a China é bastante remota. Essa mudança de patamar somente poderá ser alcançada quando o Brasil fizer uma reforma tributária, realizar grandes obras de infraestrutura e logística e reduzir o chamado “custo Brasil”. A avaliação foi feita por Jair Silva Júnior, sócio da Trust International Business, que vive na China desde 2009, é fluente em mandarim e tem grande conhecimento sobre o país asiático e seu comércio exterior.

Segundo o empresário, “quem já visitou a China consegue ver que aqui existe uma infraestrutura bem preparada para facilitar o funcionamento das fábricas, desde a logística para receber a matéria prima até coisas simples como logística interna, algo que não impossível de se comparar com os serviços prestados pelos Correios no Brasil. E com a concorrência de milhares de fábricas fazendo o mesmo produto, eles precisam inovar sempre”.

O empresário destaca que “temos fábricas de material de segurança instaladas em Manaus e em Minas Gerais e ainda assim não conseguimos exportar para os países do Mercosul por causa dos impostos de entrada no Brasil. Assim, quando exportamos para outros países do Mercosul temos que embarcar os produtos diretamente da China. Estamos fazendo um trabalho intensivo visando exportar produtos industrializados do Brasil para a China, principalmente na área de alimentos, produtos orgânicos, glúten free, ou alimentos com valor elevado. As dificuldades são muito grandes e acredito que para mudar esse quadro o Brasil precisa fazer uma série de reformas e em especial uma reforma tributária que torne viável ter uma fábrica no Brasil que produza tecnologia e que possibilite criar parcerias com empresas estrangeiras afim de viabilizar a troca de tecnologia e a abertura de mercado”.

Fonte: Comex