Estudantes debatem sobre mercado de carne bovina

A edição de Mineiros dos Encontros Regionais de Pecuária de Corte, realizada nesta quarta-feira (18/3), contou com a presença massiva de estudantes das áreas de agronomia, medicina veterinária e técnico agrícola. O evento, realizado pela Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), apresentou as perspectivas para o mercado da carne e os principais desafios para o setor no momento de crise econômica brasileira.

Para a estudante Priscilla Martins de Oliveira, o evento foi a oportunidade de adquirir informações que não são contempladas na grade curricular da graduação. “Os professores nos incentivaram a participar porque aqui conseguimos conhecimento que muitas vezes não temos acesso na faculdade”, afirmou a aluna do 5º período do curso de medicina veterinária.

Andressa Beatriz Simon, que cursa o 3º período de medicina veterinária, contou que a palestra a ajudou a tomar as decisões sobre o seu destino profissional. “Vim ao evento para entender o que de fato acontece no mercado. Eu já tinha vontade de atuar na área de grandes animais, e depois de ver na palestra, o lucro que a atividade dá e a satisfação que é atender o produtor de gado de corte, tive mais certeza de que essa é a área em que quero trabalhar”, declarou.

Para o presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Faeg, Maurício Velloso, a escolha profissional dos estudantes evidencia o comprometimento com um dos setores mais promissores da economia brasileira na atualidade. “Vocês optaram por atuar no segmento que tem carregado esse Brasil nas costas e acertaram nessa escolha tão importante na vida de vocês. Estão todos de parabéns por militarem no agronegócio”, elogiou.

Além de apresentar uma perspectiva de grandes oportunidades para o setor, o evento também serviu de alerta para os cerca de 200 estudantes, produtores e profissionais da área que compareceram. José Mário Schreiner, presidente da Faeg, lembrou que o momento econômico pelo qual passa o Brasil exige reflexão de todos os que atuam na  agronegócio. “Hoje nós produzimos três vezes mais carne do que há 30 anos. Isso aconteceu porque quem milita no setor se dedicou e adotou tecnologias para que chegássemos a esse ponto, mas ainda temos muitos desafios, como desmistificar questões que envolvem o uso de água na agropecuária, por exemplo”, defendeu o presidente. José Mário afirmou que o setor não pode permitir que o agronegócio, principal responsável pelo crescimento da economia do país, seja renegado. “A crise econômica e política em que nos encontramos hoje foi provocada pela incompetência das autoridades brasileiras. Nós estamos aqui para garantir o equilíbrio da atividade e da economia nacional”, afirmou.

Para o consultor de mercado de boi gordo Rodrigo Albuquerque, que proferiu a palestra “Cenário Econômico e Perspectivas para a Pecuária de Corte”, os maiores desafios para a cadeia produtiva também envolvem, neste momento, questões políticas e econômicas. “O cenário é de firmeza nos preços para a pecuária, com resistência à quedas, o que é bom para o produtor. Mas, diante do momento em que vivemos com inflação a 7% e crescimento de 1% ou menos, a grande mensagem que fica para o produtor agora é que ele precisa gerenciar os riscos da sua atividade”, orientou. Para o consultor, conhecer os custos e as formas de comercialização disponíveis, a exemplo do mercado futuro, se tornam fundamentais para uma gestão de menor risco e o bom momento de preços deve ser aproveitado.

Rodrigo Albuquerque percorreu toda a cadeia produtiva da carne para esclarecer como está o momento para quem se dedica à cria, à recria e engorda,
para os frigoríficos, o varejo, a exportação, os concorrestes da carne bovina, como o frango, além do cenário econômico e climático. “Precisamos avaliar como cada membro da cadeia tem se comportado e recebido as influências do mercado antes de dizer que rumo terá a produção de carne”, afirmou.

Por: Gilmara Roberto