Esperança é que volte a chover nos próximos dias para amenizar o prejuízo
De acordo com o presidente da Aprosoja, Juliano Schmaedecke, a estiagem castiga as lavouras de milho de Bandeirantes até Mundo Novo, no extremo-sul de Mato Grosso do Sul. “De São Gabriel para cima choveu um pouco e as perdas serão menores”, afirmou Juliano.
Segundo o representante dos agricultores, ainda não é possível afirmar de quando serão as perdas em todo o estado, mas a estimativa de um prejuízo médio de 30%.
As regiões de Dourados, sul de MS e fronteira com o Paraguai estão há mais tempo sem chuva. Conforme o Guia Clima da Embrapa Agropecuária Oeste, em Dourados teve uma pequena chuva de 2,8 milímetros no dia 21 de abril, mas de forma isolada e em boa parte do município não houve chuva no mês passado.
Juliano afirma que a maior estiagem ocorre na região da Água Fria, no município de Maracaju, onde não chove há pelo menos 50 dias, mas a secura afeta lavoura de milho em Sidrolândia, Amambai, Naviraí, Aral Moreira e Ponta Porã.
“O produtor precisa ter cautela neste momento. É certo que haverá perdas porque falta chuva no momento da floração e da granação. A esperança é que volte a chover nos próximos dias para amenizar o prejuízo”, afirmou.
Segundo o presidente da Aprosoja, o que pode ser a “salvação da lavoura” é o preço do milho, que está em alta e deve ajudar o agricultor a absorver um pouco das perdas com a safra por causa da falta de chuva.
Perda certa – O analista da Embrapa em Dourados, Gessi Ceccon, disse que apesar de a safrinha ser plantada em uma época de maior risco por causa das condições climáticas – “e o produtor sabe disso” –, a situação se mostra mais negativa do que o esperado.
“Tudo que não pode acontecer para o milho em termos de crescimento e fisiologia de produção aconteceu neste ano. Tivemos um verão chuvoso que atrasou a colheita da soja e o milho não foi plantado tão cedo como se esperava. O agricultor tinha medo de geada, mas a seca veio primeiro e a maioria dos híbridos floresceu no período da seca, exatamente o que não pode acontecer”, afirmou.
Segundo ele, as perdas certamente irão acontecer, mas ainda sem uma estimativa de qual será esse percentual. “É esperar para ver o que vai acontecer daqui para frente. Tem previsão de chuva só para a semana que vem. As perdas são, sim, significativas neste ano”.
Estiagem – De acordo com a Embrapa, ao contrário dos três primeiros meses do ano, abril de 2018 foi muito seco, com alguns locais sem chuvas. Dourados, com média histórica de 112 mm em abril, teve menos de 3 milímetros de chuva.
“Pode-se observar que a estiagem atingiu praticamente toda a região sul de Mato Grosso do Sul. Itaquirai teve 27 mm, Ivinhema 13 mm, Itaporã 15 mm, Sidrolândia 11 mm, Caarapó 11 mm, Rio Brilhante 10 mm, Juti 6 mm, Ponta Porã 6 mm, Maracaju 3 mm e Jardim, 3 milímetros”, informou o Guia Clima.
Ainda conforme a Embrapa, os solos estavam com condições ideias de umidade, com 100% de disponibilidade hídrica. Entretanto, devido à ausência de chuvas, os níveis de umidade terminaram o mês em condições muito insatisfatórias, com 25% de disponibilidade hídrica.
Por: Campo Grande News