Falta de fiscal em porto de SC emperra saída de navio

Um navio carregado com 66 mil toneladas de soja da trading japonesa Marubeni está impedido de desatracar do porto de São Francisco do Sul (SC) por falta de fiscais disponíveis para a certificação fitossanitária da carga.

De acordo com José Kfouri, presidente do Terlogs, terminal adquirido pela trading em 2011, a embarcação com destino à Ásia aguardava ontem há mais de 24 horas a chegada de fiscais para a liberação, o que já havia gerado o pagamento de US$ 15 mil em “demourrage” e outros custos. “Os fiscais não podem inspecionar os porões porque os carros [da superintendência do Ministério da Agricultura em Santa Catarina] não têm licenciamento nem combustível. É um descaso. Oferecemos até dar carona, mas os fiscais não podem aceitar”, afirmou o executivo.

Segundo o órgão, há, de fato, falta da verba para o “pagamento de faturas” devido ao atraso de três meses na aprovação do Orçamento da União para 2015, efetivada apenas na terça-feira à noite. Um servidor da superintendência, que não quis se identificar, afirmou que o problema deverá ser solucionado o mais rápido possível. “Se nada ocorrer, haverá um efeito dominó de navios presos ao porto no momento mais importante da safra”, disse Kfouri. Ontem, um navio da americana Bunge começava a ser carregado com soja no porto.

Para Sérgio Mendes, presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), essa é uma realidade em São Francisco do Sul desde 2013, o que gera preocupação por se tratar de um porto essencial para o escoamento de grãos ao exterior. Em 2014, o porto catarinense embarcou 8 milhões de toneladas de grãos – e metade desse volume saiu do Terlogs.

Por: Bettina Barros | De São Paulo