Fome mundial avança a níveis vistos na última década

A variabilidade climática está colaborando e forma considerável para esse fato

Um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) informou que a fome mundial retornou aos níveis vistos na última década. Nesse cenário, o The State of Food Security and Nutrition in the World 2018 indicou que o número de pessoas famintas em todo o mundo está em ascensão, atingindo 821 milhões em 2017, ou uma em cada nove pessoas.

De acordo com o relatório, a variabilidade climática que afeta os padrões de chuvas e as estações agrícolas, assim como as secas e as inundações, estão entre os principais impulsionadores do aumento da fome, juntamente com o conflito e a desaceleração econômica mundial. Para os chefes da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Programa Mundial de Alimentos (PMA) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), existe um trabalho muito grande a ser feito.

“Os sinais alarmantes de aumento da insegurança alimentar e altos níveis de diferentes formas de desnutrição são um aviso claro de que há um trabalho considerável a ser feito para garantir que não deixemos ninguém para trás no caminho para alcançar as metas sobre segurança alimentar e melhor nutrição”, escreveram no prefácio do relatório.

A análise do relatório mostra que a prevalência e o número de pessoas subnutridas tendem a ser maiores em países altamente expostos a eventos climáticos. Isso acontece porque, nesses países, as pessoas estão constantemente dependendo dos sistemas agrícolas que são altamente sensíveis à chuva e à variabilidade da temperatura.

“Se quisermos alcançar um mundo sem fome e desnutrição em todas as suas formas até 2030, é imperativo acelerar e ampliar as ações para fortalecer a resiliência e capacidade de adaptação dos sistemas alimentares e meios de subsistência das pessoas em resposta à variabilidade climática e seus eventos”, concluem.

Fonte: Agrolink Por Leonardo Gottems