Helicoverpa tem frequência altíssima de resistência a piretroides

Pesquisa da Esalq/USP identificou que fator genético é o maior responsável

A Helicoverpa armigera está demonstrando uma resistência altíssima a defensivos do grupo dos piretroides, revela um estudo desenvolvido no Programa de Pós-graduação em Entomologia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP). A praga invasora, que foi relatada pela primeira vez no Brasil em 2013, já tem presença identificada em várias regiões do País.

O objetivo da pesquisa da Esalq/USP foi identificar os mecanismos de resistência da Helicoverpa armigera nos canais de sódio, piretroides e oxadiazinas, além de caracterizar a sua suscetibilidade. De acordo com Mariana Durigan, engenheira agrônoma e autora da tese, o fator de resistência dessa praga foi passado de geração a geração.

“Considerando que resistência é um caráter genético e hereditário, nós consideramos a hipótese de que os indivíduos que deram origem às populações de H. armigera no Brasil possuíam uma genetica que confere resistência a piretroides, o que explicaria as falhas de controle observadas em campo”, explica.

Mariana comenta também que em todos as amostras observadas foi encontrada a subfamília do gene P450 CYP337B3. Segundo a autora, essa divisão está ligada diretamente com o rápido desenvolvimento de seu nível de resistência e, por consequência, aas perdas significativas que a praga causa nas lavouras.

O artigo foi publicado em 2017 na revista Pesticide Biochemistry and Physiology e estudou outros casos de resistência a piretroides no Brasil. Para Mariana, a importância de estudos desse tipo está no aprimoramento do MIP (Manejo Integrado de Pragas) para que o controle de ervas daninhas seja feito com maior eficiência.

“Com base nos resultados encontrados, conclui-se que a implementação de um programa de manejo da resistência de H. armigera à inseticidas no Brasil é crucial e urgente, se quisermos garantir a produtividade e sustentabilidade das nossas lavouras além de prolongar a vida útil das moléculas disponíveis no mercado”, conclui.

Fonte: Agrolink/Por Leonardo Gottems

Crédito Imagem: Embrapa