HORTIFRUTI/CEPEA: Uso do volume morto de Sobradinho pode encarecer fruticultura

O reservatório de Sobradinho, maior do Nordeste, abastece um dos principais perímetros de fruticultura irrigada do País, o Nilo Coelho. Desde 2012, as regiões Norte e Centro-Oeste – onde está localizada a nascente do Rio São Francisco, que abastece o reservatório de Sobradinho – passam por uma das piores crises hídricas dos últimos 90 anos, segundo a Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf).

Na última semana (28/08 a 1°/09), inclusive, o reservatório chegou a 7,86% de seu volume útil – quase metade do que era registrado há um ano. Algumas medidas de racionamento do uso da água foram introduzidas na região, contudo, a falta de chuvas impossibilita a recuperação do volume de água. Vale lembrar que o reservatório está com a menor vazão da história, liberando 600m³/s, enquanto o volume ambientalmente correto é de 1,3 mil m³/s.

Segundo a Chesf, a previsão é de que o reservatório atinja o volume morto em novembro deste ano, no caso de manutenção da falta de chuva nos próximos meses. Caso isso ocorra, para realizar a captação de água em outros pontos, será necessário utilizar conjuntos flutuantes, que podem ser movidos a diesel ou energia elétrica. Esta captação, por sua vez, poderia gerar despesas de mais R$ 1,5 milhão por mês aos irrigantes do perímetro do Nilo Coelho, o que encarecerá significativamente o custo de produção de fruticultores locais.

A área de fruticultura na região retraiu nos últimos anos, e produtores consultados pelo Hortifruti/Cepea atribuem o ocorrido à falta de água. O período das chuvas em Minas Gerais (que abastece o São Francisco) geralmente ocorre em novembro, assim, a utilização do volume morto do reservatório (ou não) dependerá das precipitações – tão aguardadas por produtores.

Fonte: Chesf