Infocafé – 26/11

A bolsa de N.Y finalizou a segunda-feira com leve baixa, a posição março oscilou entre a máxima de +0,85 pontos e mínima de -1,25 fechando com -0,15 pts.

O dólar comercial fechou com valorização de 2,49%, cotado a R$ 3,9180. Investidores acompanhavam o cenário externo, após os líderes europeus terem acertado um acordo para o Reino Unido sair da União Europeia e a Itália dar sinais de que pode reduzir sua meta de déficit orçamentário para 2019. O mercado também seguia na expectativa da ata da última reunião sobre juros do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos), que deve ser divulgada na quinta-feira (29). A expectativa é que ela indique se haverá aumento dos juros norte-americanos. Taxas maiores nos EUA podem atrair para lá recursos atualmente aplicados em outras economias, como a brasileira. No Brasil, as atenções estavam voltadas para o cenário político. O perfil técnico dos nomes da nova equipe econômica já anunciados pelo próximo governo agrada o mercado, mas há a preocupação de que a falta de experiência dos indicados com o setor público possa dificultar as negociações para a aprovação de reformas, entre elas, a da Previdência. O Banco Central vendeu nesta sessão 13,6 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares. Desta forma, rolou US$ 10,2 bilhões do total de US$ 12,217 bilhões que vence em dezembro. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) deu início ao 26º Encontro Nacional das Indústrias de Café (26º Encafé), na noite de ontem (25) com a assinatura de três acordos de cooperação envolvendo a indústria brasileira do café. O Encafé ocorre até quinta-feira (29) em Punta del Este, no Uruguai. Um dos acordos foi estabelecido com a Federação dos Cafeicultores do Cerrado Mineiro, região que é uma das principais produtoras de café de alta qualidade do Brasil. O objetivo da parceria é aproximar as indústrias torrefadoras que integram a Abic dos produtores rurais locais e ampliar os negócios realizados diretamente entre as duas partes. “Hoje as indústrias compram o café principalmente de intermediários, que separam os grãos que vão para os mercados interno e externo. Queremos comprar direto dos produtores e aumentar o volume de café gourmet adquirido desta forma”, explicou ao Broadcast Agro o diretor executivo da Abic, Nathan Herszkowicz. O presidente da Federação, Francisco Sérgio de Assis, lembrou que o Cerrado Mineiro é formado por 55 municípios que cultivam café em 210 mil hectares, dos quais 102 mil certificados. “Por meio de projetos inteligentes, vamos dar ao produtor não apenas sustentabilidade ambiental e social, mas também econômica. É preciso aumentar a agregação de valor ao café e estimular o consumo”, defendeu Assis na abertura do 26º Encafé. Outro acordo de cooperação foi firmado na noite de ontem pela Abic com a Câmara Peruana de Café e Cacau. A proposta, neste caso, é ampliar a troca de informações entre as duas entidades e estimular a importação de grãos peruanos de alta qualidade como alternativa ao brasileiro em anos de produção menor no Brasil, assim como para a produção de blends de café gourmet. Do lado peruano, também há interesse em ampliar as compras de café brasileiro. “O café brasileiro, conilon e arábica, têm preços competitivos que podem estimular o aumento do consumo de cafés gourmets no Peru”, disse Herszkowicz. Na cerimônia, o presidente da Abic, Ricardo Silveira, ponderou que o balneário de Punta del Este foi escolhido como sede do evento deste ano justamente porque o consumo de café na América Latina ainda é baixo, menos de 1 quilo/habitante/ano, enquanto no Brasil são 5 quilos/habitante/ano. “Não se bebe café na América do Sul. As empresas que estão olhando para a China precisam olhar para a região, há uma pequena China aqui”, afirmou. O terceiro termo de cooperação foi firmado pela Abic com a Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), pelo qual a Abic se afiliou à Abics e vice-versa, visando a aumentar a integração das duas entidades e fomentar o consumo interno de café solúvel. O presidente da Abics, Pedro Guimarães Fernandes, lembra que a demanda interna pelo produto gira em torno de 1 milhão de sacas por ano, o equivalente a 5% de todo o café consumido no País. “É uma iniciativa que pode gerar trabalho e negócios por muito tempo”, afirmou.

Fonte: Mellão Martini