Infocafé – 30/11

A bolsa de N.Y. finalizou a sexta-feira com forte baixa, a posição março oscilou entre a máxima +0,25 pontos e mínima de -5,05 fechando com -4,95 acumulando na semana -3,60 pts.

O dólar comercial fechou praticamente estável, com leve baixa de 0,04%, cotado a R$ 3,8560. Com isso, a moeda norte-americana encerrou novembro com valorização de 3,58%, após dois meses de queda. Na semana, o dólar acumulou alta de 0,88%, o quinto ganho semanal consecutivo. Sem a atuação do Banco Central nesta sessão, a disputa pela formação do dólar Ptax empurrou a cotação da moeda para cima. A taxa Ptax de final de mês é usada para a liquidação de muitos derivativos cambiais e sua formação de preço acaba colocando numa “briga” os investidores que apostam na alta e os que apostam na baixa. Na véspera, já houve pressão no dólar por conta da formação dessa taxa, o que fez com que a moeda fechasse no Brasil na contramão no exterior.   No exterior, investidores repercutiram a ata do último encontro sobre juros do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos), divulgada na última quinta-feira (29) depois do fechamento do dólar aqui. O documento reforçou a expectativa de que os juros no país possam subir em ritmo mais lento, embora tenha indicado um nova alta já em dezembro. Juros maiores nos EUA podem atrair para lá recursos atualmente aplicados em outras economias, como a brasileira. Além disso, o mercado aguarda o desfecho do encontro entre os presidentes dos Estados Unidos e da China no final de semana, com esperança de algum acordo comercial entre as partes que alivie as preocupações com a desaceleração do crescimento global.

Na temporada 2018/19, os cafeicultores locais devem colher 7 milhões de sacas. “A queda será mais acentuada do que o normal em virtude do grande número de podas feitas. Geralmente o recuo da produção (em anos de bienalidade negativa) é de 15%”, explicou Assis ao Broadcast Agro, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, nos bastidores do 26º Encontro Nacional das Indústrias de Café (26º Encafé), em Punta del Este, no Uruguai. O Encafé é promovido pela Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) e ocorre até esta quinta-feira (29). A florada foi irregular na região, formada por aproximadamente 235 mil hectares de café, comentou o produtor. “A vegetação está muito boa, as chuvas também beneficiaram as plantações, mas os grãos estão irregulares, tivemos várias floradas em momentos diferentes”, disse. Da produção da temporada atual, 2018/19, 60% aproximadamente já foi comercializada, boa parte de forma antecipada, em negócios que devem garantir aos produtores rurais “margem de lucro pequena”, de acordo Assis. O restante será vendido em momentos considerados pelos agricultores como mais oportunos. “Eles têm condições de armazenamento e também crédito (do Funcafé), podem segurar a produção até para vender na próxima safra, se acharem melhor”, disse o presidente da federação. Já para a temporada 2019/20, a perspectiva é menos positiva. Os preços pagos aos produtores não caíram, apesar da safra recorde brasileira, de 60 milhões de sacas, mas os custos de produção subiram de forma expressiva, conforme Assis. “O preço dos adubos subiu 70% em reais, defensivos, 20%, energia aumentou 30%, além da alta do combustível. A rentabilidade vai cair e na safra 2019/20 acredito que a margem de lucro dos produtores da região vai ser negativa”, alertou. O presidente da Federação pondera que, apesar da ampla oferta de outros países produtores, como Colômbia, Honduras e Vietnã, e do superávit global estimado em 7 milhões de sacas na temporada 2018/19 (dados da Organização Internacional do Café – OIC), há a possibilidade de os estoques globais poderem estar mais “equilibrados” a partir do segundo semestre do ano que vem, o que possivelmente proporcionaria cotações da commodity mais remuneradoras para os produtores.

Fonte: Mellão Martini