Mercado global de açúcar mantém superávit

“A maior parte da alta foi resultado da expectativa de quebra na safra europeia de beterraba”

O mercado global de açúcar está mantendo o superávit mesmo com a perspectiva de quebra na safra de beterraba da União Europeia e mix alcooleiro no Centro-Sul do Brasil. De acordo com o analista de mercado da INTL FCStone, João Paulo Botelho, a volatilidade no câmbio brasileiro foi responsável por apenas uma pequena parte dessa alta.

“A maior parte da alta foi resultado da expectativa de quebra na safra europeia de beterraba, de liquidação de vendas por parte dos especuladores e das já esperadas perdas no Centro-Sul do Brasil”, explica.

Mesmo assim, a consultoria afirma que o mercado não é o suficiente para descartar balanço positivo na safra global do adoçante que deve concluir o ciclo 2018/19 em 4,4 milhões de toneladas. Nesse cenário, o andamento da safra nos principais produtores do Hemisfério Norte nos próximos meses e as perspectivas para a safra do Centro-Sul e da Europa serão fundamentais para as cotações do açúcar.

Para Botelho, a Índia deverá registrar uma safra recorde e com exportações 5 milhões de tonelada. Isso porque o país sofre com dúvidas quanto à viabilidade técnica e econômica. “A efetivação ou não das exportações da Índia, bem como seus impactos sobre o mercado físico na região, podem reverberar sobre as cotações internacionais do açúcar nos próximos meses”, comenta.

No Brasil, é possível que se tenha uma próxima safra com disponibilidade limitada de matéria-prima com o mix produtivo direcionado pelas usinas. “É esperado que a maior parte das empresas deem preferência à produção de etanol. Esta definição dependerá de fatores como a política de preços dos combustíveis sob o novo governo, do direcionamento dos preços internacionais do açúcar durante a safra e até do início da implementação do RenovaBio”, conclui.

Fonte: Agrolink Por Leonardo Gottems