Milho: Em Chicago, mercado sobe mais de 1% na semana de olho na safra americana e na demanda

Mais uma vez, a semana foi positiva aos preços o milho praticados na Bolsa de Chicago (CBOT). Conforme levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, as cotações do cereal acumularam valorizações entre 0,87% e 1,23%.

Nesta sexta-feira (25), as principais posições da commodity subiram entre 1,75 e 2,75 pontos, uma valorização entre 0,43% e 0,64%. O contrato julho/18 era cotado a US$  4,06 por bushel, enquanto o setembro/18 operava a US$ 4,15 por bushel. O dezembro/18 era cotado a 4,25 por bushel.

“O milho subiu nesta sexta-feira com compra técnica e apoio da alta do trigo”, afirmou a Reuters internacional. Por sua vez, as cotações do trigo apresentaram alta de mais de 12 pontos no pregão de hoje na CBOT. Os preços subiram mais de 2%.

“As preocupações com o trigo dos EUA aumentaram as preocupações com as safras em partes do Canadá, Austrália e Rússia – todos os principais exportadores de trigo – alimentando as expectativas de um saldo de oferta mais apertado após os estoques recordes terem sido previstos para esta safra”, destacou a Reuters.

Para o milho, o clima no Meio-Oeste americano também permanece no radar dos investidores. Isso porque, com 81% da área prevista para essa temporada já cultivada, há preocupações com as condições climáticas adversas registradas em algumas regiões do Corn Belt.

Enquanto em algumas localidades a preocupação é o com o excesso de umidade, em outras, os agricultores relatam problemas com ausência de chuvas. O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) atualiza as informações sobre a safra americana na próxima terça-feira (29).

Devido ao feriado do Memorial Day, comemorado na próxima segunda-feira (28) no país, as bolsas não irão operar. Fator que, inclusive, fez com que os participantes do mercado buscassem um melhor posicionamento frente ao final de semana prolongado.

Além da oferta, a perspectiva de um aumento na demanda pelo produto americano segue no foco dos traders. Diante dos resultados positivos nas conversas entre EUA e China, o sentimento é que as exportações americanas continuem firmes, conforme destacam os especialistas.

Do mesmo modo, a quebra na segunda safra de milho no Brasil é vista como janela de oportunidade aos produtores americanos. Na safra 2018/19, os EUA deverão exportar mais de 53,34 milhões de toneladas de milho, segundo última projeção do departamento americano.

Mercado brasileiro

No mercado doméstico, a semana também foi positiva aos preços do milho. Em São Gabriel do Oeste (MS), a saca do milho subiu 9,68% e terminou a sexta-feira a R$ 34,00. Já em Castro (PR), o ganho foi de 5,00%, com a saca a R$ 42,00.

Ainda no estado paranaense, nas praças de Ubiratã, Londrina e Cascavel, a valorização semanal ficou em 4,69% e a saca do cereal a R$ 33,50. Em Palma Sola (SC), o ganho foi de 2,86% e a saca a R$ 36,00.

Na região de Campinas (SP), a saca de milho subiu 3,44% e fechou a semana a R$ 45,10, em Assis (SP), o alta foi de 2,78% com a saca do cereal a R$ 37,00. No Porto de Paranaguá, a saca do cereal terminou a semana estável, em R$ 40,50.

Em meio à greve dos caminhoneiros, que entrou no 5º dia nesta sexta-feira, os negócios com o milho permanecem travados no mercado doméstico. De acordo com as consultorias, as negociações estão restritas ao disponível e a curtas distâncias.

A situação tem preocupado especialmente o setor de proteína animal. Em nota reportada nesta sexta-feira, a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) alertou que 1 bilhão de aves e 20 milhões de suínos poderão morrer nos próximos dias devido à falta de ração nos campos.

“Em diversos locais já há falta de insumos e animais estão sem alimentação. Aqueles que ainda contam com estoques, estão fracionando para prolongar ao máximo a oferta do alimento”, informou a ABPA.

Fonte: Notícias Agrícolas