Milho safrinha: Primeiros hectares são colhidos em MT

Com muita expectativa e projeções pouco animadoras, os produtores mato-grossenses deram início nessa semana à colheita do milho segunda safra 2015/16. Conforme monitoramento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), os hectares colhidos representam 0,37% dos 4,24 milhões que foram semeados com a cultura na safrinha. A colheita desde ano começou mais cedo em relação ao mesmo período do ano passado, quando as colheitadeiras foram acionadas somente na última semana se maio. Ainda conforme o histórico do Imea, a colheita do ano passado foi antecipada em relação a 2014. Mato Grosso, pelo segundo ano consecutivo, antecipa a retirada do cereal.

As regiões que retomaram a ação no campo foram a centro sul, médio norte, oeste e sudeste. Em razão da incipiência da colheita, o órgão ainda não pôde disponibilizar uma média da produtividade, já que pouco mais de 8 mil hectares foram colhidos. No ano passado, a colheita foi aberta apenas no norte, oeste e médio norte e concluída após 15 semanas de trabalho.

Conforme o analista do Imea, Ângelo Ozelame, as primeiras parciais da média de produtividade, bem como a divulgação de uma nova estimativa de produção, só serão possível com o avanço da colheita, o que deve ocorrer em meados de junho. Por enquanto de forma oficial, o Instituto trabalha com uma projeção de produtividade em 90,7 sacas por hectare (sc/ha) e produção de 23,09 milhões de toneladas (t).

Apesar dos números, o segmento já admite que a produtividade poderá ficar, na média estadual, inferior ao avaliado na última estimativa, publicada em abril. Mais uma vez o clima seco, de calor intenso e de chuvas esparsas e irregulares, ditou o ritmo de desenvolvimento das lavouras, que perderam o potencial produtivo.

A safrinha mato-grossense de milho deverá ter os menores volumes colhidos por hectare desde a temporada 2010/11, quando a tecnologia agrícola era bem inferior à atual, registrando então o pior resultado em produtividade dos últimos cinco anos. Mesmo sem números, o próprio Imea acredita que nas próximas semanas a projeção sofrerá ajuste para baixo na questão da produtividade. “Estamos estimando a pior safra (em termos de produtividade) da era da alta tecnologia”, anuncia o superintendente do Imea, Daniel Latorraca. Ele se refere ao ano de 2011/12, quando os grãos transgênicos passaram a ser mais usados, colaborando para elevar a produtividade do Estado a 103,7 sacas por hectares de média naquele ano, ante 66,5 sacas em 2010/11.

A situação é tão grave que, mesmo com uma revisão para cima na estimativa de área plantada no início do mês, que ficou em 4,2 milhões de hectares (alta de 5,6% ante 2014/15), o Imea aponta atualmente uma safra de Mato Grosso 12% menor que a registrada no ciclo anterior, somando 23,1 milhões de toneladas. Isso porque a produtividade preliminarmente está estimada para ter uma queda de 16,5%na comparação anual, para 90,7 sacas de 60 kg por hectare.

O superintendente do Imea ressaltou que novos levantamentos estão sendo realizados pela equipe técnica do órgão e que em breve o resultado da safrinha poderá ser melhor dimensionada.

Diário de Cuiabá
Autor: MARIANNA PERES