Países se unem para preservar o Pampa

Uma aliança formada pelo Brasil, Argentina e Uruguai buscará promover a preservação das pastagens naturais do bioma Pampa. De acordo com os idealizadores, seus campos naturais fornecem uma ampla gama de bens e serviços, sendo carne, leite, lã e couros geralmente os produtos mais reconhecidos.

Algumas das experiências foram apresentadas no âmbito da terceira edição do Seminário Internacional sobre Agricultura Familiar, em que os investigadores e as instituições compartilharam metodologias de trabalho, indicadores econômicos, gestão e design de inovação para serviços ecossistêmicos e o valor que eles oferecem os pecuaristas da região. Segundo Andrea Maggio, do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA) da Argentina, fatores ambientais do bioma também são bastante importantes e devem ser levados em consideração.

“O seminário centra-se no bioma Pampa, composto por regiões da Argentina, Uruguai e Brasil, economicamente fortes para o sistema alimentar regional, e permite aproveitar o conhecimento sobre tecnologias e trabalhar metodologias com o produtor pecuário para aumentar sua produtividade, reduzir custos e valorizar as práticas que fazem a sustentabilidade ambiental”, indica.

Claudio Marquez Ribeiro, pesquisador da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), explicou que, no caso do Rio Grande do Sul, que possui a mesma área de todo o Uruguai (18 milhões de hectares), conta com 400 mil estabelecimentos, dos quais 86% são produtores familiares. Estes estabelecimentos, localizados em territórios com pastagens naturais preservadas, têm uma importância econômica na cadeia da carne da região, uma vez que contribuem com 40% dos bezerros.

“Eles são produtores invisíveis e, no entanto, persistem por gerações na atividade. Temos muita semelhança entre os países que compartilham o Bioma Pampa, com experiências bem ou malsucedidas que nos obrigam a construir metodologias, indicadores, estratégias comuns e políticas públicas”, conclui.

Por: AGROLINK –Leonardo Gottems