Pecuária sustentável: vale a pena investir?

A pecuária sustentável traz um novo conceito em pecuária bovina de corte, que já é tradição pantaneira no Brasil, principalmente em estados como o Mato Grosso e o Mato Grosso do Sul. Apesar de importante para o desenvolvimento do país, a atividade pecuária estabelece um padrão de ocupação que gera muitos impactos ambientais negativos.

Exemplo disso é o desmatamento para a criação de pastagens, o que aumenta a produção de metano. Esta é uma consequência da fermentação ruminal e de dejetos deixados pelos animais. Os resíduos gerados nessas atividades poluem as águas, justamente por conta do uso de pesticidas e fertilizantes. No entanto, tudo isso pode ser evitado por meio da pecuária sustentável.

Essa atividade surgiu com a necessidade de preservação ambiental, que está em pauta na sociedade há tempos. Muitas fazendas estão adotando essa modalidade, que usam meios de produção que preservam matas e recuperam áreas. Cuidar do meio ambiente é um dever de todos, principalmente dos produtores rurais e pecuaristas, que fazem o uso de recursos naturais em suas atividades. Então, falar sobre práticas sustentáveis nesses meios é fundamental.

Pensando nisso, neste artigo vamos explicar o que é pecuária sustentável, as melhores práticas recomendadas e quais são seus prós e contras. Acompanhe!

O que é pecuária sustentável?

O Brasil possui o segundo maior rebanho bovino do mundo, mas ainda assim, assume a liderança na exportação de carne. Só que apesar de isso ser de grande valia para a economia do país, a necessidade de preservar o meio ambiente é cada vez maior. Com isso, surgiram várias alternativas para que as atividades de pecuária sejam mais sustentáveis.

Para isso, algumas técnicas que não prejudicam o meio ambiente e ainda recuperam os danos causados começaram a ser colocadas em prática. Dentre os problemas que a coleta de resíduos industriais e a pecuária sustentável podem evitar estão as alterações climáticas, redução de mata nativa e indisponibilidade de água potável.

Algumas pessoas acreditam que a pecuária não tem como ser sustentável, o que não é verdade, visto que essa possibilidade já foi testada e comprovada. Portanto, existem meios que ajudam a reduzir os impactos ambientais dessa atividade, sem comprometer sua rentabilidade.

Sendo assim, a pecuária sustentável adota ações estratégicas que preservam e recuperam áreas verdes, conforme veremos mais adiante. Antes disso, precisamos falar um pouco sobre a importância da sustentabilidade nessa prática. O Brasil possui 177 milhões de hectares de pastagens, mas a intensificação de sua utilização acaba por degradá-las.

Cerca de 55% da produção de carne comercial sofre algum tipo de degradação, um problema que atinge diretamente a sustentabilidade da pecuária. Por conta disso, é essencial investir em tecnologias como trena digital portátil e em ações que equilibrem a produtividade e o meio ambiente. Contudo, isto é um grande desafio.

A adoção de algumas ações evita a degradação das pastagens e do meio ambiente, além de reduzir os seus custos em produção. Isso agrega valor ao setor e aumenta sua produtividade. Sem contar que os produtores que atendem à sustentabilidade estão alinhados às exigências do mercado e dos próprios consumidores, além de que  são capazes deresolver uma série de questões, como:

  • Aumentar a eficiência produtiva;
  • Aumentar a rentabilidade dos produtos;
  • Reduzir perdas;
  • Otimizar o manejo;
  • Melhorar o uso de recursos naturais;
  • Garantir o bem-estar dos animais.

Para garantir esses benefícios e muitos outros, práticas sustentáveis como o uso de fertilizante foliar mineral e outros, se utilizam de alguns recursos, que veremos no próximo tópico.

Melhores práticas da pecuária sustentável

Para que a pecuária seja, de fato, sustentável, ela precisa fazer uso de algumas práticas indispensáveis, tais como:

1 – Pastoreio racional

Trata-se de um sistema intensivo de manejo do gado, do solo e da pastagem, que tem como objetivo encontrar o ponto de equilíbrio entre estes três fatores, sem prejudicar nenhum deles. Exemplo disso é quando o gado consome o capim no momento em que a planta está próximo de seu ponto ideal de desenvolvimento.

O pastoreio racional garante a sustentabilidade da produção pastoril, pois melhora suas características biológicas, químicas e físicas, além de conservar melhor a água e o solo.

2 – Recursos hídricos

As fazendas podem usar placas informativas personalizadas para delimitar o uso do solo e também fazer uso dos recursos hídricos. Exemplo disso é a utilização de bebedouros nos piquetes, que evita que o gado se dirija aos rios ou córregos. Isso impede que eles pisoteiem essas áreas e ainda contaminem a água.

3 – Rodízio de pastagem

Trata-se do rodízio de gado entre os piquetes, ou seja, enquanto uma parte do rebanho usa um piquete, a outra é colocada em repouso. Isso ajuda na captação de carbono, visto que a vegetação vai crescer maximizando a fotossíntese. Se o manejo de pastagem for devidamente realizado, é possível aumentar a produtividade do pasto.

Ainda é uma forma de enriquecer a alimentação do gado, o que ajuda a neutralizar as ações do efeito estufa. Agora que você já sabe quais são as melhores práticas da pecuária sustentável, no próximo tópico, vamos mostrar os seus pontos positivos e negativos. Confira!

Prós e contras da pecuária sustentável

Aquela etiqueta adesiva grande que vemos nos produtos de origem pecuária no supermercado só está ali porque eles seguiram rígidos controles de qualidade. A produção de leite e carne, bem como a garantia de seu baixo custo e a saúde dos animais não são as únicas prioridades das fazendas pecuárias.

Na atual conjuntura e com as preocupações com o meio ambiente em alta, os produtores precisam ir além dos controles de qualidade e assumir uma postura de respeito à natureza. A pecuária sustentável oferece diversos benefícios que já mencionamos, como a preservação da água, que é o recurso mais utilizado para o tratamento dos animais.

Ela está envolvida na alimentação, mas também na limpeza da propriedade e dos bovinos, além da irrigação. Outra vantagem dessas práticas é evitar que o solo se contamine com os dejetos dos animais, bem como a redução de emissão de gás metano na atmosfera.

Por meio de seu correto manejo, os dejetos podem ser usados como fertilizantes sólidos e líquidos. Com isso, outro benefício surge, que é a diminuição do uso de fertilizantes químicos, o que acaba por reduzir o descarte de suas embalagens.

Tais ações, juntamente com alguns recursos, como a topografia terreno, trazem mais conforto e qualidade de vida para os animais. Isto é benéfico para eles, mas também para a produtividade da fazenda. Se o animal se sente confortável e está com seu bem-estar preservado, há um consumo mais consciente, por isso, cada vez mais consumidores estão em busca de produtos que garantam a saúde do animal.

Todas essas vantagens podem ser percebidas no meio ambiente e na produção de produtos como leite e carne. Tendo em vista as exigências governamentais e dos consumidores, a sustentabilidade garante o conforto da pecuária. Para ficar ainda mais claro quais são os benefícios das práticas sustentáveis na pecuária, como as que já mencionamos, e obter o licenciamento Ibama, listamos todas elas, que são:

  • Oferta de água de qualidade;
  • Maior produtividade por hectare;
  • Melhora da biodiversidade;
  • Aumento do bem-estar animal;
  • Preservação do solo;
  • Redução de doenças no gado;
  • Aumento da pastagem;
  • Redução de pragas.

Além disso, a pecuária sustentável também atende às exigências do consumidor moderno, que está cada vez mais preocupado com a sustentabilidade no trato com animais. As grandes empresas preferem comprar produtos de pecuaristas que realmente se preocupam com o meio ambiente e com a qualidade de vida dos animais.

Quanto às desvantagens, a pecuária sustentável envolve alguns cuidados importantes, como a entrega expressa transportadora de insumos para os animais, para reduzir o consumo de pasto.

Essa prática, da mesma forma que a readaptação de todo o espaço destinado ao tratamento dos animais têm um custo, que de início pode ser um pouco elevado. Contudo, estamos falando de um investimento que, em médio prazo, consegue ser recuperado.

No entanto, o que os pecuaristas precisam entender é que mesmo que precisem investir um pouco mais para começar a trabalhar com práticas sustentáveis, elas vão reduzir outros custos e agregar valor ao produto, como a carne e o leite.

O consumidor moderno não está mais tão preocupado com o preço, e preferem pagar um pouco mais caro em determinada caixa de leite por saber que o produtor se preocupou em produzi-los de maneira sustentável.

Conclusão

O meio ambiente é único e boa parte de seus recursos não é renovável. Sendo assim, para que possam continuar utilizando-os é necessário investir em ações sustentáveis.

Na pecuária, elas são importantes para evitar problemas na água, no solo e para os próprios animais. Portanto, é uma maneira do pecuarista garantir produtos de qualidade, tanto para o gado leiteiro quanto para o gado de corte.

Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.