Por dentro da safra: rodada de negociação

Acontece amanhã e quinta-feira a segunda rodada de negociação entre representantes da indústria e dos produtores

A semana pode ser de novidades sobre o preço do tabaco da atual safra, que logo começa a ser comprado por todas as fumageiras. Acontece amanhã e quinta-feira a segunda rodada de negociação entre representantes da indústria e dos produtores. A primeira terminou sem acerto. Nós, fumicultores, estamos atentos a este assunto. É o resultado do nosso trabalho que está em jogo. A pedida é de aproximadamente 5% de reajuste, o suficiente para cobrir o aumento do custo de produção.

Preço menor

Em alguns grupos de WhatsApp estão circulando listas com possíveis valores do tabaco da atual safra. Mas adianto – e alerto – que não são listas oficiais. Não se deixe enganar e não repasse adiante informação que não venha de uma fonte confiável. Ouvi dizer, por exemplo, que algumas classes de tabaco podem baixar de preço. Isso nos entristece um pouco, mas vamos aguardar para ver se é fato ou é boato. O jeito por enquanto é torcer. E quando planejar o próximo plantio, tentar não aumentar a área. Quem sabe até reduzir um pouquinho a lavoura pode pesar a nosso favor lá na hora de vender a safra 2020/21.

Colheita a mil

Enquanto isso, seguimos a mil com a colheita do tabaco aqui na propriedade, em Cerro Alegre Alto, no interior de Santa Cruz do Sul. Nos últimos dias fomos para a lavoura antes de o dia clarear por completo. É uma estratégia para driblar o calorão, já que as manhãs têm sido muito abafadas e, as tardes, chuvosas.

Fardamento completo

Como normalmente logo o cedo as folhas de tabaco estão úmidas, é preciso usar todo o EPI de colheita. O kit completo nos protege bem, evita o contato da pele com a folha úmida. Mas também suamos bastante. É uma etapa corrida da produção, quando estamos com um pé na lavoura e outro no galpão, cuidando da cura das folhas. Não é fácil, mas faz parte da nossa rotina. E basta olhar as belas paisagens que nos cercam para renovarmos o ânimo.

Temos pressa

A essa altura da safra é preciso agilizar a colheita. O calor em excesso, acompanhado da chuva, não faz muito bem para o tabaco, que no nosso caso já encerrou o ciclo normal de produção. Como contei aqui na semana passada, em geral as lavouras estão bonitas, mas com algumas “manchas” formadas por folhas amareladas, efeito do calorão. Das cerca de 30 fornadas que estamos prevendo, faltam nove ou dez ainda. É trabalho para até o início de fevereiro.

Preparo da terra

Como se não bastasse tudo o que ainda falta ser feito na atual, na prática estamos começando a próxima safra. Já preparei um pedaço de terra para plantar um pouco de milho e crotalaria, adubação verde que ajuda a fixar o oxigênio no solo.

Fonte: Gazeta do Sul – Santa Cruz do Sul