De acordo com Fátima Giovanna Coviello Ferreira, que é diretora de Economia e Estatística da Abiquim, para os produtos químicos de uso industrial, que estão na base de diversas cadeias industriais, os meses de julho a outubro são os melhores do ano, em razão das encomendas de Natal e período de verão, que eleva a procura por descartáveis e outros itens. “Mas, apesar da melhora recente, na comparação com os resultados do terceiro trimestre de 2018, os índices do mesmo período deste ano apresentam variações negativas: a produção caiu 9,49%, as vendas internas tiveram recuo de 6,49% e o consumo aparente nacional (CAN) caiu 11,47%”, diz a Abiquim.
Além disso, de janeiro a setembro, a utilização da capacidade instalada se manteve no patamar de 70%, sete pontos abaixo da registrada em igual período de 2018, levando a ociosidade ao patamar recorde de 30%. “O nível é inadequado para os padrões de produção em regime de processo contínuo do setor químico e a ociosidade crescente preocupa as empresas pois impõe custos unitários por tonelada produzida cada vez maiores, piorando a relação de competitividade nacional com o produto importado”, explica Fátima.
Para completar o contexto, uma possível redução unilateral das tarifas do imposto de importação de diversos produtos, entre os quais uma grande quantidade de químicos fabricados no Brasil, é avaliada pelo governo. “Essa eventual decisão, sem as necessárias contrapartidas na direção da eliminação ou diminuição dos entraves que afetam a competitividade da indústria nacional, pode trazer consequências muito ruins para toda a indústria e, em especial para a química. Esse quadro reforça a necessidade de se acelerar as medidas da agenda positiva do governo relativas ao Novo Mercado de Gás, que só deverão surtir efeitos sobre a competitividade do gás, da energia e da oferta de matérias-primas petroquímicas derivadas do óleo e do gás em três ou quatro anos”, conclui.
Fonte: Agrolink Por Leonardo Gottems