Projeto Biomas apresenta resultados no simpósio anual da Associação Internacional para Ciências da Vegetação (IAVS)

O Simpósio da International Association for Vegetation Science (IAVS) retorna ao Brasil após 14 anos. Em sua 59ª edição, o evento aconteceu entre os dias 12 e 17 de junho de 2016, em Pirenópolis, Goiás, abordando o tema “Conservação de comunidades vegetais: condicionadores ambientais para serviços do ecossistema”.  Foram discutidos aspectos de pesquisas relacionadas ao estudo da ciência de vegetação onde a restauração de comunidades vegetais, entre outros tópicos, será abordada.

Neste evento, o componente Cerrado do Projeto Biomas foi representado pelos pesquisadores Daniel Vieira, da Embrapa Cenargen, e Alexandre Sampaio, da ICMBIO, que discutiram aspectos de restauração da propriedade rural. A pesquisadora Maria Cristina de Oliveira, da UNB – Campus Planaltina, apresentou os resultados de semeadura direta em pasto abandonado na Fazenda Entre Rios, onde fica localizada a área experimental do Projeto Biomas no Cerrado.

Daniel Vieira e Alexandre Sampaio discutiram as alternativas de restauração que o Cerrado apresenta em função da resiliência apresentada pelos seus componentes bióticos e abióticos. Eles concluem que “Até o momento, a maioria dos esforços de restauração nas savanas do Cerrado não considera a resiliência local relacionada com a perturbação anterior e características de vegetação original, e mais importante, estes esforços também não consideram a introdução na restauração de gramíneas e outras herbáceas nativas”.

Pesquisadora Maria Cristina, da Embrapa Cerrados

Maria Cristina apresentou os resultados do experimento de estabelecimento em área de pastagem abandonada em antigo Cerrado Ralo para 36 espécies nativas após semeadura direta de mais de 11.500 sementes.

O grupo de pesquisa que Maria Cristina lidera conclui no estudo apresentado que “depois de dois anos, em ambas as áreas estudadas (figura 2) , as espécies florestais do jatobá (H. courbaril),pau d´óleo  (C. langsdorffii)  e Ingá  (I. cylindica) e das espécies de savana cagaita (E. dysenterica), Ipê (T. aurea) e  barbatimão (S. adstringens) apresentaram taxas de sobrevivência e estabelecimento superiores a 10%” . Ela conclui que estas são taxas razoáveis para restauração utilizando a semeadura direta em uma área com solo raso, pobre, com erosão, de baixa capacidade de suporte e com a presença da braquiaria (Urochloa decumbens).

Figura 2.  Área de pastagem abandonada sendo restaurada com semeadura direta na Fazenda Entre Rios. Áreas 1 e 2 tem experimento com sementes florestais lideradas pela pesquisadora Maria Cristiana e Área 3 contém o experimento com herbáceas nativas liderada pelos pesquisadores Daniel Vieira e Alexandre Sampaio.

O PROJETO BIOMAS

O Projeto Biomas, iniciado em 2010, é fruto de uma parceria entre a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), com a participação de mais de quatrocentos pesquisadores e professores de diferentes instituições, em um prazo de nove anos.

Os estudos estão sendo desenvolvidos nos 6 biomas brasileiros para viabilizar soluções com árvores para a proteção, recuperação e o uso sustentável de propriedades rurais nos diferentes biomas.

O Projeto Biomas tem o apoio do SENAR, SEBRAE, Monsanto e John Deere. No Cerrado, o Projeto Biomas é coordenado pela Embrapa Cerrados, com apoio da Embrapa Florestas, Emater/GO, Instituto Federal Goiano, Universidade de Brasília – UNB e Universidade Federal de Goiás – UFG.

Coordenação de Comunicação Digital da CNA, com Embrapa Cerrados