Puxadas pelo agronegócio, importações de químicos batem recorde

A participação das importações na demanda doméstica brasileira de químicos foi de 38,3% nos sete primeiros meses deste ano, de acordo com a Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química). De acordo com a entidade, esse resultado representa um recorde na série histórica de 28 anos de análise.

Enquanto isso, a Abiquim aponta que a utilização da capacidade instalada pela indústria nacional foi de 78%. O número significa um ponto percentual abaixo na comparação com o mesmo período no ano anterior.

Segundo a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, o aumento da participação de produtos importados vem sendo influenciado especialmente pelos produtos químicos destinados ao agronegócio nacional, que puxa a demanda por intermediários para fertilizantes.

Fátima também alerta que “a continuar o crescimento das importações de produtos químicos de forma tão explosiva, a preocupação que começa a ganhar força dentre as empresas do setor diz respeito à elevação das importações indiretas por produtos químicos, contidos na importação de bens acabados, o que pode levar à desestruturação do setor químico no País e ao fechamento de plantas, pela intensificação da falta de competitividade”.

A diretora da Abiquim defende renúncias fiscais para estimular o aumento na produção, no ambiente de negócios e na atração por novos investimentos. Segundo ela, isso significará mais empregos, mais negócios, mais investimentos e, consequentemente, mais riqueza, pelo efeito agregador da química, tanto à montante quanto à jusante. “Não há País desenvolvido sem uma indústria química também expressiva”, afirma.

Fonte:  AGROLINK –Leonardo Gottems