RESUMO DAS NOTÍCIAS SOBRE O AGRIBUSINESS NOS JORNAIS 10/03/2015

A Bolsa de Tóquio fechou em baixa pelo segundo pregão consecutivo nesta terça-feira, influenciada por um intenso movimento de realização de lucros antes de um vencimento de futuros e de opções, no fim da semana. A pressão de venda ficou imune à força do dólar, que continuou ampliando ganhos frente ao iene durante a madrugada.

O Nikkei, que reúne as ações mais negociadas na capital do Japão, recuou 0,67%, a 18.665,11 pontos, após recuar 1,0% no pregão anterior. Com isso, o índice acumula perdas em quatro das última seis sessões, embora a desvalorização no período tenha sido inferior a 1,0%.

Apesar do novo avanço do dólar frente ao iene, a resistência que surge com o Nikkei a 19.000 pontos tem limitado os ganhos do mercado japonês, segundo o estrategista-chefe da kabu.com Securities, Tatsunori Kawai. Além disso, o vencimento de opções sobre índice e de contratos futuros trimestrais, na próxima sexta-feira (13), também pode ter atuado como catalisador de vendas, afirmou ele.

“Abril normalmente coincide com ajustes de posição relacionadas ao novo ano fiscal e com maior risco de volatilidade. Muitos investidores não gostam de comprar nessa época do ano”, comentou Kawai. O ano fiscal japonês termina em 31 de março.

Entre papéis muito negociados, os da Fast Retailing caíram 2,0%, após avançarem 5,0% ao longo de fevereiro, enquanto os da Softbank recuaram 1,0%, afetados pelo fraco desempenho do grupo Alibaba – no qual a operadora tem um terço de participação – em Nova York.

Já o Mitsubishi UFJ Financial Group cedeu 3,2% nos negócios de hoje, após saltar 23% no mês passado na esteira de fortes resultados trimestrais. Fonte: Dow Jones Newswires.

INFORMATIVO DE MERCADO

                                                                                                       SOJA

Os contratos futuros de soja na Bolsa de Chicago encerraram em alta na segunda-feira após um recuo de 4,5% na semana passada. Investidores ajustaram posições antes do relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e do levantamento de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Além disso, circulam rumores no mercado de que os caminhoneiros poderiam retomar bloqueios em rodovias caso a mesa de negociações coordenada pelo Ministério dos Transportes para discutir a criação da tabela referencial de frete no País não tenha o desdobramento esperado pela categoria.

Ontem, a soja para março subiu 8,25 cents (0,84%) e encerrou a US$ 9,9325/bushel, com mínima de US$ 9,85/bushel. Na máxima, o contrato chegou a se aproximar do patamar psicológico de US$ 10/bushel (US$ 9,99/bushel), mas reduziu o ritmo de alta antes do fechamento. “O mercado caiu bastante na semana passada, investidores acabaram aproveitando para cobrir posições vendidas”, disse o analista Stefan Tomkiw, da Jefferies Bache. “Amanhã (hoje), tem Conab e USDA. Para evitar alguma surpresa, preferiram zerar exposição (ao risco).”

Entretanto, o número de inspeção para embarque ao exterior divulgado ontem pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) ajudou a limitar a alta. Na semana encerrada em 5 de março, o país exportou 625,71 mil toneladas de soja, retração de 3,8% na comparação com a semana anterior, mas queda anual de 42,4%. Apesar de ter vindo dentro do intervalo de expectativas (500 mil a 700 mil toneladas), o dado, conforme Tomkiw, reforça a percepção de que “o apetite do comprador internacional está de fato se deslocando para a América do Sul”. Aliado ao aumento do line-up de navios para exportação no Brasil, o resultado sinaliza que talvez os EUA possam registrar cancelamentos em breve.

Para hoje, traders devem ficar mais atentos à projeção da Conab, que sai às 9h (de Brasília), do que à estimativa do USDA, que deve ser divulgada às 13h (de Brasília). Em janeiro, a Conab estimou a colheita brasileira em 2014/15 em 94,57 milhões de toneladas. Se o número vier acima disso, o mercado fica suscetível a nova pressão, mas Tomkiw alertou que o mais importante neste momento é o fluxo de exportação do País. No caso do USDA, a expectativa maior do mercado não é com o relatório desta terça-feira, e sim com o de Intenções de Plantio, que apresentará em 31 de março estimativas feitas a partir de levantamento com produtores sobre a safra 2015/16. A semeadura da soja nos EUA deve começar no fim do mês.

Quanto ao relatório de oferta e demanda, o governo norte-americano deve cortar a projeção de estoques domésticos da oleaginosa para 379 milhões de bushels (10,315 milhões de toneladas), de acordo com a média das estimativas de analistas ouvidos pela Dow Jones Newswires. Em fevereiro, o USDA estimava 385 milhões de bushels (10,479 milhões de toneladas). O mercado espera ainda que o USDA reduza a previsão de safra do Brasil a 93,9 milhões de toneladas, abaixo das 94,5 milhões de toneladas estimadas em fevereiro. Já a produção de soja da Argentina deve ser estimada em 56,6 milhões de toneladas, conforme analistas, acima das 56 milhões de toneladas estimadas em fevereiro.

Apesar da perspectiva de que o USDA eleve a projeção de produção argentina, o excesso de umidade no País já começa a atrair a atenção dos investidores. O alto volume de chuvas na semana passada na Argentina ocasionou alagamentos em extensas áreas do Centro-Norte de Córdoba e Santa Fé. “A alta intensidade do volume hídrico pode afetar o potencial produtivo da soja nestas regiões”, informou a consultoria Clarivi, em relatório semanal. “Houve comentário sobre excesso de chuvas, mas por enquanto o mercado não quis precificar possíveis perdas”, afirmou Tomkiw. Sobre a greve de produtores na Argentina, a expectativa é e que não cause grande volatilidade em Chicago, porque a colheita no país está no início.

Se a paralisação programada na Argentina preocupa pouco, o mesmo não se pode dizer da possibilidade de retomada das interdições em estradas no Brasil. O mercado deve ficar atento à reunião entre caminhoneiros e governo marcada para hoje para discutir uma das principais reivindicações da greve, a recomposição do valor do frete. “Os estoques nos portos ainda estão satisfatórios, mas, se houver nova interrupção e os estoques começarem a ser consumidos sem reposição, isso pode trazer de volta a ideia de que importadores voltariam a procurar soja nos EUA”, salientou o analista. “Os chineses vão buscar a logística mais eficiente.”

COTAÇÕES DO COMPLEXO SOJA NA BOLSA DE CHICAGO

  GRÃO   FARELO   ÓLEO
  US$/bushel   cents   US$/t   US$   (cents/libra)   pontos
  Mar/15 9,8825 9,00  Mar/15 343,90 6,90  Mar/15 30,88 -26
  Mai/15 9,9325 8,25  Mai/15 334,10 6,40  Mai/15 31,00 -28
  Jul/15 9,9850 8,00  Jul/15 330,70 5,70  Jul/15 31,18 -28
  Ago/15 9,9675 7,75  Ago/15 329,30 5,30  Ago/15 31,24 -29

CBOT/Agência Estado

No mercado doméstico, os preços iniciaram a semana mais altos, o que desencadeou o fechamento de contratos nas principais praças. Todavia, analistas chamam a atenção para o fato de que a alta constante do dólar tem deixado produtores mais hesitantes em vender. A moeda norte-americana subiu 2,39%, a R$ 3,1230, maior nível de fechamento desde 28 de junho de 2004.

No Paraná, compradores no spot ofereciam R$ 62,50/saca (pagamento 27 de março), R$ 63/saca (pagamento 10 de abril) e R$ 64/saca (pagamento 4 de maio) para retirada no entorno de Maringá. Na semana passada, a melhor pedida de compra havia sido de R$ 62,50/saca, com pagamento em 20 de abril. Também no disponível, havia propostas para soja posta em fábrica de Ponta Grossa a R$ 66,50/saca, com pagamento também em abril. No Porto de Paranaguá, era possível fechar negócio a R$ 70/saca com entrega e pagamento no mês que vem. Na sexta-feira, agente da região contou ter negociado um lote com entrega imediata e pagamento em março a R$ 68/saca no terminal. Segundo o corretor, a combinação de câmbio e futuros de ontem fez com que os preços subissem na região, mas os negócios destravaram também pela maior oferta com a aceleração da colheita e pela maior facilidade de embarque após o fim da greve dos caminhoneiros. Só ontem, ele contou ter fechado 3 a 4 mil toneladas no interior de Maringá. Comenta-se na região que uma trading que está mais agressiva nas compras teria adquirido 40 mil toneladas recentemente. O ritmo de colheita no norte do Estado varia bastante de ponto para ponto. Enquanto a área perto de Campo Mourão está com os trabalhos mais adiantados, no entorno de Londrina há locais que colheram apenas 20%.

Em Mato Grosso, havia indicações de compra a R$ 59/saca para retirada em Rondonópolis ou R$ 60/saca posto em fábrica da região, ambas com pagamento em 72 horas. Ontem, não havia registro de negócios, contou o corretor Ariel Encide, da Diversa. Na sexta-feira, entretanto, saíram 2 mil toneladas a R$ 55/saca em Jaciara, livre ao produtor. Com entrega em Rondonópolis, rodaram outras 4 mil toneladas a R$ 58,60/saca. A sequência de altas do dólar deixou produtores que já haviam vendido grandes volumes na semana passada em dúvida se a moeda norte-americana subirá ainda mais ante o real. Além disso, a expectativa sobre como o mercado reagirá aos números de Conab e USDA freou os negócios. Para embarque em março cheio e pagamento em abril em Rondonópolis, compradores indicavam R$ 58/saca, mas o valor atraía pouco interesse de venda. No Sul do Estado, a colheita já ultrapassa 60% da safra 2014/15, apesar das chuvas frequentes, que ontem atrapalhavam a retirada dos grãos em Primavera do Leste. Para entrega no Porto de Paranaguá, havia chance de negócio a R$ 72/saca no spot, segundo Encide. Produtores evitavam negociações em que teriam que arcar com o frete, especialmente pelos boatos de que os bloqueios podem ser retomados caso não haja acordo na reunião de hoje.

Em Goiás, comprador apontava R$ 62/saca no spot em Rio Verde. Em plena safra, lotes expressivos têm sido negociados, de até 6 mil toneladas. As vendas fluem bem, segundo o consultor Ênio Fernandes, da Terra Agronegócio, por causa do câmbio, embora o produtor ainda retenha a soja, à espera de novas altas no dólar em relação ao real. “Em janeiro e fevereiro, o produtor segurou bastante seus estoques; e agora, conforme a necessidade de fazer caixa, aproveita para vender e tocar seus compromissos”, disse Fernandes. Por enquanto, a colheita ocorre normalmente, embora o Estado tenha registrado quebra de 20% na produção por questões climáticas, conforme o consultor. Na região de Rio Verde, que é o maior polo produtor do Estado, perto de 85% da safra 2014/15 já foi colhida, mas outros pontos de cultivo do Estado não estão tão avançados. Quanto à comercialização futura da safra 2015/16, havia propostas de R$ 60,50 a R$ 61,00 por saca em Rio Verde, com pagamento em março do ano que vem.

O indicador de preços da soja Esalq, calculado com base nos preços do mercado disponível em cinco praças do Estado do Paraná, fechou com alta de 1,38%, a R$ 63,31/saca. Em dólar, o indicador ficou em US$ 20,27/saca (-0,98%).

EVOLUÇÃO DE PREÇOS NO MERCADO FÍSICO DE LOTES

  SOJA EM GRÃO – (R$ por saca de 60 kg) – no atacado
  09/03   07/03   DIA   SEMANA   MÊS   12 MESES
  Paranaguá 65,84 65,84 +0,00% +0,00% +4,51% -11,35%
  Barreiras 58,25 57,00 +2,19% +0,73% +7,22% -6,80%
  Ponta Grossa 63,70 62,61 +1,74% +2,05% +4,19% -10,63%
  Passo Fundo 65,40 64,09 +2,04% +3,07% +9,99% -8,45%
  Rio Verde 59,50 59,00 +0,85% +1,47% +9,07% -3,25%
  Rondonópolis 59,42 58,08 +2,31% +5,86% +12,26% -2,19%
  Triângulo Mineiro 60,40 59,75 +1,09% +1,72% +6,45% -6,07%
  Oeste do Paraná 62,14 60,62 +2,51% +3,90% +6,99% -9,99%
  Norte do Paraná 62,11 61,46 +1,06% +3,72% +8,15% -10,30%
  Mogiana 62,15 62,05 +0,16% +0,03% +7,40% -8,87%
  Ijuí 65,22 64,33 +1,38% +2,94% +8,70% -8,24%
  Sorriso 52,63 51,37 +2,45% +6,02% +8,78% -3,73%
  Sorocabana 62,33 61,46 +1,42% +2,31% +5,20% -8,26%
  ESALQ – R$/saca 63,31 62,45 +1,38% +2,38% +6,19% -10,67%
  DÓLAR 3,1230 3,0500 +2,39% +7,95% +12,34% +32,95%
  FARELO PELLETS – R$/TONELADA
  Campinas 986,91 1004,69 -1,77% -2,00% +5,89% -10,49%
  Chapecó 1094,26 1090,55 +0,34% +0,67% +7,72% -10,97%
  Maringá 1081,99 1075,38 +0,61% +1,17% +4,74% -9,98%
  Oeste PR 1077,11 1026,47 +4,93% +2,60% +6,74% -8,15%
  Ponta Grossa 1150,27 1144,81 +0,48% +3,33% +8,78% -1,05%
  Triângulo MG 1041,99 1015,53 +2,61% +1,46% +7,46% -7,87%
  ÓLEO DE SOJA- SP R$/TONELADA
  ICMS 12% 2200,73 2190,68 +0,46% +0,13% +2,81% -6,85%
  ICMS 7% 2135,93 2144,97 -0,42% -1,31% +5,15% -6,65%

Cepea/Agência Estado

                                                                                               MILHO
Negociações pouco fluentes por causa da queda de braço entre vendedores e compradores deram a tônica do mercado spot de milho no fim da semana passada e início desta nas várias praças pesquisadas. A comercialização futura da safrinha que está sendo plantada perdeu fôlego neste início de semana, com vendedores à espera de preços mais altos por causa da continuidade da alta do dólar ante o real. Compradores, entretanto, mantiveram as indicações da semana passada.

No Paraná, a semana começou com pouca movimentação. No spot, compradores propunham ontem R$ 24,50/saca para retirada no entorno de Maringá, norte do Estado, mesmos valores do fim da semana passada, mas alguns vendedores pediam R$ 25,00/saca. Na segunda-feira, foram negociadas 300 toneladas por R$ 24,50/saca para retirada em Maringá.

Segundo um corretor da região, os negócios são pontuais no norte do Estado, conforme o interesse das granjas. Em meio à pressão da colheita de verão na Região Sul, pequenos compradores mantêm preços mais compensadores para eles, apesar da alta do dólar, aproveitando a falta de concorrência de tradings, focadas em soja no momento.

Já em Mato Grosso, tanto no sul quanto no médio-norte, a disputa entre vendedores e compradores foi mais acentuada. No disponível, em Campo Verde, sul do Estado, comerciantes ofereciam R$ 18,00 a 18,50 por saca na segunda-feira, mas vendedores desejavam receber R$ 19,00 a R$ 20,00. O corretor Ariel Encide, da Diversa, de Rondonópolis, relatou não ter fechado negócios nem na semana passada, nem ontem. “Ainda há produtores com volume por negociar, mas a pedida de venda é alta, acima do que o comprador estaria disposto a pagar”, destaca o agente.

Na região de Sapezal, médio norte, a saca do milho da safrinha passada fechou o dia em R$ 18,00 no disponível para pagamento à vista, embora produtores mais estruturados tenham tentando, sem sucesso, vender a saca por R$ 20,00, informa o corretor Gilmar Carlos Brun, proprietário da Portal Corretora de Cereais, no mesmo município. “O milho já está caro, e dificilmente o produtor conseguiria um preço maior”, opina Brun, acrescentando que, em maio, nas portas da safrinha – cujo plantio deve se encerrar daqui a 15 dias, para colheita em junho e julho – “pode ser” que as cotações atinjam os R$ 20,00 por saca, até porque a região não está muito estocada. “O que os vendedores vêm tentando é provocar uma alta antes do tempo, mas por enquanto isso não está sendo possível.” Pela proximidade com o Estado de Rondônia, a região tem enviado o cereal principalmente para lá, acrescenta Brun.

Em Goiás, o mercado spot do milho (também da safrinha passada) está menos travado e, dependendo da localidade, os contratos têm sido fechados entre R$ 23,50 e R$ 25,00 por saca, em significativos lotes de até 3 mil toneladas. “Acima de R$ 24,00/saca as negociações fecham mais rapidamente. Quando o comprador tenta algo abaixo deste valor, porém, o produtor recua”, comenta o consultor Ênio Fernandes, da Terra Agronegócio, de Rio Verde.

Em comparação com outros grandes Estados consumidores e produtores do cereal, como São Paulo e Paraná, Fernandes opina que os preços em terras goianas estão bons, em razão da demanda interna aquecida. “Se no Paraná pagam-se entre R$ 25,00 e R$ 26,00 a saca, já incluso o frete, e em Goiás chegamos a até R$ 25,00, significa que internamente há bastante demanda”, diz Fernandes, acrescentando que, por isso, não há grandes estoques no Estado.

Quanto às negociações futuras da safrinha deste ano, na região de Maringá compradores indicavam R$ 25,00/saca para retirada em agosto e pagamento em setembro. Na semana passada, chegaram a ser assinados contratos nesse patamar, mas vendedores agora desejavam até R$ 26,00/saca. “Produtores veem o câmbio em alta, mas o preço continuou o mesmo”, disse o agente. Para ele, alguns compradores não têm mais espaço em navios para retirada no início do segundo semestre e tentam comprar para embarque em setembro e outubro pelos mesmos valores oferecidos para agosto, mas há pouco interesse de vendedores da região nesses prazos.

“Produtores têm feito alguns negócios por causa do preço, que não está ruim, mas são poucos. Eles têm receio de que, com o atraso colheita da soja, o milho possa ficar sujeito a alguma questão climática”, explicou o agente, se referindo à possibilidade de não haver milho disponível para entrega no prazo estipulado caso o plantio seja concluído fora da janela ideal.

No sul de Mato Grosso, a negociação futura, que estava aquecida na semana passada, perdeu força. Na segunda-feira, tradings indicavam de R$ 20,70 a R$ 21,00 por saca para retirada em Itiquira em setembro e pagamento em outubro, sem registro de acordos, porém, contou o corretor Ariel Encide, da Diversa, de Rondonópolis. Na sexta-feira, saíram 6 mil toneladas em Itiquira por R$ 21,00/saca. Para entrega no porto, o corretor contou não ter visto propostas.

Apesar de chuvas intercaladas com períodos de sol na região, o plantio ainda está um pouco lento. “Tem produtor que ainda não recebeu sementes por causa do atraso nos fretes”, disse o agente, referindo-se aos bloqueios em estradas durante a greve dos caminhoneiros. O preço elevado das sementes, segundo o setor produtivo da região, também segura a semeadura. Já em Sapezal, no mesmo Estado, não se tem o costume de negociar milho antecipado. Para exportação, quando há algum negócio, Gilmar Brun, da Portal Corretora, informa que geralmente o milho segue para o Peru, saindo pelo Acre, “que, atualmente, está com as estradas inundadas e sem possibilidade de escoamento”.

Em Goiás, ao contrário, grandes lotes, predominantemente para exportação, têm sido negociados no mercado futuro. Para o milho safrinha entregue em 30 de agosto e pago em 10 de setembro, o preço fechado por saca foi de R$ 22,00. Só na sexta-feira, dia 6 de março, informa o consultor Ênio Fernandes, uma empresa arrematou 30 mil toneladas nas condições acima citadas. A safrinha em Goiás acabou de ser plantada e deve começar a ser colhida entre julho e agosto. Embora pontuais, ainda há alguns plantios sendo realizados e as perspectivas por enquanto são boas em relação à temporada 2015. “Mas tudo, obviamente, vai depender do clima”, pontua Fernandes.

O indicador Cepea/Esalq fechou em alta de 0,24%, a R$ 29,49/saca. Em dólar, o preço ficou em US$ 9,44/saca (-2,18%). O dólar de balcão fechou em alta 2,39%, aos R$ 3,1230, maior nível de fechamento desde 28 de junho de 2004.

EVOLUÇÃO DOS PREÇOS NO MERCADO FISICO

  MILHO – R$ / saca
  09/03/2015   06/03/2015   05/03/2015   04/03/2015   03/03/2015   02/03/2015
  Passo Fundo 24.52 24.40 24.73 25.08 24.39 24.70
  Chapecó 27.90 27.37 28.00 27.56 27.87 27.59
  Paraná/Sudoeste 24.95 24.73 24.64 24.51 24.83 24.50
  Cascavel 24.21 24.14 24.20 24.16 23.99 23.93
  Ponta Grossa 25.01 24.66 24.78 24.79 24.75 24.76
  Paraná/Norte 24.48 24.43 24.42 24.52 24.57 24.59
  Sorocabana 25.71 25.52 25.54 25.85 25.65 25.60
  Campinas 29.49 29.42 29.44 29.46 29.34 29.31
  Mogiana 26.71 26.54 26.38 26.51 26.17 26.05
  Triângulo Mineiro 25.73 25.90 25.67 26.01 25.85 25.70
  Rio Verde 23.98 23.82 23.83 22.93 23.72 23.31
  Sorriso 14.72 14.91 15.06 15.33 15.25 15.11
  Posto Recife 35.67 35.98 35.83 35.83 35.99 35.97

Na Bolsa de Chicago, os futuros de milho fecharam em alta, com ajustes de posições antes da divulgação do relatório mensal de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O vencimento maio subiu 2,75 cents (0,71%) e fechou a US$ 3,8875 por bushel. Analistas esperam que o governo projete estoques finais menores do cereal, de 1,822 bilhão de bushels (46,278 milhões de toneladas). Em fevereiro, o USDA estimou as reservas em 1,827 bilhão de bushels (46,405 milhões de toneladas). A alta dos preços de petróleo e sinais de demanda firme pelo milho produzido nos EUA também ajudaram a sustentar os preços, segundo analistas.

  Milho – Bolsa de Chicago (CBOT)
  Cotação em dólar por bushel e variação em centavos de dólar
  Contrato  Máxima  Mínima  Anterior  Atual Variação
  Mar/15 3,8325 3,8275 3,7925 3,8325 4,00
  Mai/15 3,9100 3,8750 3,8600 3,8875 2,75
  Jul/15 3,9850 3,9600 3,9400 3,9625 2,25
  Set/15 4,0375 4,0375 4,0125 4,0375 2,50