Rotação de defensivos não diminui resistência

Cientistas da Universidade de Sheffield identificaram os fatores que levam à evolução da resistência de pragas aos herbicidas – algo que poderia ter um impacto tanto na medicina como na agricultura.

Químicos xenobióticos, como herbicidas, fungicidas, inseticidas e antibióticos, são usados tanto na agricultura como na saúde humana para manejo de doenças e pestes. No entanto, a resistência evoluiu para todos os tipos de xenobióticos, mostrando que não são tão efetivos e trazendo sérias consequências tanto na produção de cultivos como na saúde.

O novo estudo, liderado por pesquisadores do Departamento de Ciências de Plantas e Animais da Universidade de Sheffield em colaboração com o Rothasmsted Research e o Instituto de Zoologia e a Sociedade Zoológica de Londres, dão uma importante contribuição sobre como podemos aprender do manejo passado de sistemas agrícolas para reduzir a probabilidade da resistência aumentar no futuro.

As estratégias atuais de manejo de resistência está na diversificação do manejo e rotação dos agroquímicos usados. Técnicas utilizadas foram propostas na medicina e na agricultura, mas não há um consenso sobre qual é a melhor abordagem.

No novo estudo, publicado na revista Nature Ecology and Evolution, os pesquisadores examinaram a evolução da resistência de herbicida na cauda-da-raposa (Alopecurus myosuroides) no Reino Unido. Essa planta se tornou uma erva daninha presente em 88% das 24.824 quadratas – áreas pequenas de habitat selecionadas de forma aleatória como exemplos para avaliar a distribuição local de plantas e animais – monitorada por pesquisadores. Foi ao Norte em anos recentes e cientistas encontraram as daninhas em áreas que não haviam sido encontradas em outras décadas.

O autor líder do estudo Rob Freckleton, professor de população biológica da Universidade de Sheffiedl, disse: “O condutor disso é a evolução da resistência ao herbicida: nós encontramos essas daninhas em campos com maiores densidades que são resistentes a herbicidas. Uma resistência que evoluiu não parece desaparecer: dois anos depois, campos com altas densidades ainda tiveram altas densidades, apesar de que os produtores usaram uma série de diferenças técnicas. Nós estimamos que os custos econômicos são muito altos: os custos de manejo dobraram em consequência da evolução da resistência”.

A pesquisa oferece uma compreensão importante da diversificação de manejo que sugere uma técnica possível para redução da evolução da resistência. O estudo mostrou que a técnica vai trabalhar para reduzir a resistência somente se os produtores reduzirem o uso desses insumos. Se eles continuarem a usar os mesmos níveis de herbicidas ou outros insumos, a técnica não vai funcionar.

As descobertas mostram que o volume e a diversidade de produtores de herbicidas são positivamente relacionados. O professor Freckleton disse: “Os resultados foram simples: fazendas que usam um volume maior de herbicidas têm mais resistência. Além disso, encontramos pouca evidência do papel de qualquer outra técnica de manejo: nem a variedade de químicos usados – por exemplo se os produtores usaram uma variedade de herbicidas ou de cultivos, apesar de ambos serem defendidos como métodos para reduzir a evolução da resistência”.

Fonte:  AGROLINK –Leonardo Gottems 

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