Saiba como serão as chuvas no próximo trimestre

O excesso das chuvas do início do ano vem prejudicando a produtividade de algumas culturas

Sem sombras de dúvidas, a chuva é um dos principais fatores determinantes no campo, a falta ou excesso, causam impactos significativos nas lavouras. Como foi o caso deste início de 2021, onde o excesso de chuvas vem prejudicando a qualidade e a produtividade de culturas como soja, milho e feijão em algumas regiões do Brasil. A seguir, vamos avaliar como foi o comportamento das chuvas no país neste mês de janeiro, com base no hidroestimador do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Além de uma breve projeção para os próximos três meses.

No mapa de anomalia de precipitação, ou seja, a diferença entre a chuva que ocorreu em relação à média de 2000 a 2020, nos mostra que as chuvas se concentraram no extremo norte do país, na parcela sudoeste do MS e na região sul. Alguns pontos dessas regiões, como no oeste paranaense, as chuvas superaram os 300 mm acima do esperado para o mês de Janeiro. Entretanto, na região do Alto Taquari no MS, no estado do Mato Grosso, sul do Pará, Tocantins, Maranhão, Piauí, e no estado de São Paulo essas anomalias ficaram, de forma significativa, abaixo do que era esperado para o mês.

Apesar de ainda estarmos em um regime climático de La-Niña, onde as águas do pacifico equatorial estão mais frias do que a média. Seria esperado que as chuvas na região sul do país também ficassem abaixo da média e acima da média na região nordeste, como foi observado no último trimestre do ano passado. Porém, uma mudança no padrão das temperaturas no oceano Atlântico, deu condições para que se formasse mais sistemas frontais, devido às águas estarem mais quentes próximas à costa Sul do país. Porém uma área de alta pressão se estabeleceu na parte central do Atlântico Sul, o que acabou impedindo o avanço desses sistemas ao interior/centro norte do país. Com isso, as chuvas das frentes frias ficaram mais restritas a parcela sul, provocando também o alinhamento mais significativo dos jatos de baixos níveis, os famosos rios voadores, favorecendo o transporte do ar quente e úmido da região amazônica para a região sul, contribuindo para essas chuvas volumosas.

Em relação ao La-Ninã, as observações indicam que o fenômeno teve seu valor de maior intensidade, ou seja, as menores temperaturas, em Novembro de 2020, mantendo-se fortalecido até Dezembro de 2020. Contudo, os dados preliminares de Janeiro de 2021 mostram um enfraquecimento do fenômeno, ou seja, um leve aumento das temperaturas no oceano Pacifico equatorial. Apesar desse indicativo, os modelos de projeção climática ainda mantêm a condição de La-Nina. Entretanto, seguiremos os próximos meses em uma transição gradativa para a condição de neutralidade do fenômeno durante os meses de Abril, Maio e Junho, com 70% de chances de se confirmar.

Para os próximos três meses a projeção estatística do conjunto de modelos norte americano, indica uma maior probabilidade de chuvas acima do normal no norte do país. No nordeste, as probabilidades indicam chuvas abaixo do normal de maneira mais significativa. No centro oeste e sudeste as probabilidades são maiores para as chuvas ficarem entre levemente abaixo e dentro da normalidade climatológica. Na região sul, os indicativos mostram uma tendência para chuvas abaixo da normalidade principalmente no RS e dentro da normalidade na faixa leste. Entretanto, com o enfraquecimento da La-Niña nos próximos meses, não se descarta a possibilidade de ocorrência de episódio de chuvas intensas em áreas do centro sul do país.

Fonte: AGROLINK

*Material exclusivo e elaborado pela equipe do Agrotempo.