Seringueira: Goiás é destaque na produção nacional de borracha

O cultivo de seringueira é uma das atividades mais lucrativas do campo. No Brasil o destaque de produção vai para a borracha, onde é produzido 30% mais do que a média mundial, rendendo 1,3 tonelada por hectare contra 1 tonelada por hectare, de acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A produtividade em Goiás é ainda mais expressiva e varia entre 2 e 2,5 toneladas por hectare em fazendas com alto nível tecnológico, condições ambientais favoráveis, alto nível de tecnificação e gestão, além de clones e mudas de qualidade – ficando, pelo menos, 100% acima. Estas informações foram apresentadas durante o workshop ‘O Negócio da Cadeia Produtiva Florestal em Goiás: Seringueira’, realizado nesta quinta-feira (14), no auditório da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), em Goiânia (GO).

O presidente da Comissão Nacional de Silvicultura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Walter Rezende, disse que o setor ainda esbarra em algumas burocracias, já que atualmente, a borracha é importada de outros países, especialmente da Ásia, que entram no Brasil com uma alíquota de importação de apenas 4%. “Em 2016, o setor da seringueira enfrentava dificuldades, momento em que solicitamos a elevação da tarifa de importação da borracha natural para 14%. A elevação ocorreu por meio da inclusão da borracha na Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum do Mercosul (LETEC)”, destacou.

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Presidente do Sistema Faeg Senar, Bartolomeu Braz, falou do potencial de avanço da cadeia de silvicultura em Goiás

No entanto, segundo ele, esse prazo venceu em outubro de 2017. “Nós estamos em busca de ações para valorizar a produção nacional, incrementar a produtividade e reduzir o custo de produção, de forma a competir de forma mais justa com os países asiáticos”, observou Rezende.

Goiás é atualmente o 5° maior produtor, ficando atrás de São Paulo, Espirito Santo, Bahia e Mato Grosso. O clima seco do Cerrado contribui na produção, principalmente durante o período de enfolhamento das árvores. “Uma floresta bem manejada atinge até 2000 kg de borracha no estado de Goiás, acima da média mundial”, explicou o presidente da Associação dos Produtores de Borracha Natural dos Estados de Goiás e Tocantins (Aprob), Antônio Carlos da Costa.

O evento também contou com a palestra do pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Floresta), José Mauro Magalhães, que falou sobre os aspectos a serem considerados para a obtenção de seringueira no Brasil.

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diretor técnico do Sebrae Goiás, Wanderson Portugal, falou das parcerias em prol do setorInvestimentos para o setor 

Durante a abertura do workshop, o presidente do Sistema Faeg Senar, Bartolomeu Braz, falou do potencial de avanço da cadeia de silvicultura em Goiás. “Precisamos viabilizar e impulsionar o setor de florestas plantadas no estado, por meio das entidades parceiras, das associações e industrias. Isso possibilitará um avanço para a economia de Goiás e do Brasil”, disse.

“Com o propósito de apoiar o produtor rural que cultiva florestas em suas propriedades, nós do Sebrae Goiás estamos atuando de forma conjunta com nossos parceiros para realizar ações que atendam os produtores de eucalipto, seringueira e mogno africano”, declarou o diretor técnico do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Goiás), Wanderson Portugal.

Documento 

No final do evento, foi elaborado um documento contendo as dificuldades e perspectivas do setor de silvicultura em Goiás, através de dinâmica feita com produtores, entidades e pessoas ligadas ao setor. O documento será entregue, de forma apartidária, aos candidatos ao governo de Goiás como indutor de políticas públicas para a cadeia produtiva florestal.

Parcerias 

A iniciativa do workshop se dá em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás), Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Goiás), a Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico e de Agricultura, Pecuária e Irrigação (SED), a Câmara Setorial de Produtos de Base Florestal de Goiás, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Floresta), a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Associação dos Produtores de Borracha Natural dos Estados de Goiás e Tocantins (Abrop-GO/TO).

Texto: Nayara Pereira

Fotos: Anne Vilela