Soja chinesa na Argentina preencherá lacuna de importação

“É um desenvolvimento animador”

O plantio de uma variedade geneticamente modificada de soja chinesa na Argentina poderá preencher uma lacuna de importação existente no país asiático. Isso porque a China não permite que a soja transgênica seja plantada no país, mas o desenvolvimento de sementes transgênicas e a importação de certos tipos de transgênicos não são proibidos.

A soja GM, desenvolvida pela Da Bei Nong Group, uma empresa agrícola de alta tecnologia sediada em Pequim, foi projetada para tolerar um pesticida e um herbicida. De acordo com Jiang Tao, engenheiro sênior do Instituto de Genética e Biologia do Desenvolvimento da Academia Chinesa de Ciências, a alternativa de testar cultivos em outros países pode ser interessante para fugir das consequências causadas pela guerra comercial com os Estados Unidos.

“É um desenvolvimento animador que os produtos biotecnológicos locais da China possam participar da competição no mercado internacional, embora ainda não sejam capazes de realizar a industrialização na China”, comenta Tao.

Segundo informações divulgadas pelo Science and Technology Daily no domingo, a soja passará por um período de consultoria pública de 60 dias e um período de registro pela Argentina. Se tudo correr bem, poderá receber aprovação formal na Argentina em novembro e, consequentemente, começar a ser produzida.

O porta-voz do Ministério da Agricultura, Pan Xianzeng, reiterou em um evento que a China não aprovou o cultivo de transgênicos para alimentos. Para Luo Yunbo, professor de ciência de alimentos da Universidade Agrícola da China, a maior parte da soja da Argentina é exportada para a China, e é provável que a variedade geneticamente modificada seja incluída nessas exportações.

Fonte: Agrolink Por Leonardo Gottems