Soja intensifica baixas em Chicago no final da sessão e encerra o dia com baixas de dois dígitos

Na sessão desta quinta-feira (23), os futuros da soja voltaram a recuar na Bolsa de Chicago e encerraram o dia em campo negativo. Durante todo o dia, as cotações da commodity trabalharam do lado negativo da tabela, porém, com variações bastante tímidas e o mercado caminhando de lado. Já no final dos negócios, as baixas foram acentuadas e passaram dos 13 pontos nos principais contratos.

Assim, a posição julho/16 encerrou o dia cotada a US$ 11,28 por bushel, após bater na mínima do pregão em US$ 11,26. Já o novembro/16, vencimento mais negociado desse momento e que atua com referência para a safra americana, ficou em US$ 11,06, após a mínima nos US$ 11,02 por bushel.

Segundo explicaram analistas internacionais, o clima favorável para a safra 2016/17 dos Estados Unidos continua sendo o principal fator de pressão sobre os preços neste momento, e até que não cheguem notícias sinalizando alguma mudança neste quadro, o movimento de queda entre as cotações pode continuar. O período, afinal, é de extrema especulação e ainda muita incerteza sobre o real tamanho da nova temporada norte-americana.

Nas últimas 24 horas, segundo informou o portal Farm Futures, fortes chuvas chegaram para amenizar as preocupações, principalmente, no leste de Iowa até Ohio, onde o clima seco começava a castigar as plantas, principalmente de milho. E os mapas para os próximos sete dias do NOAA – o serviço oficial de clima dos EUA – indicam que mais algumas sistemas podem chegar ao Corn Belt, inclusive em pontos onde a seca está mais agressiva.

“A baixa da soja se dá pelo foco dos traders no clima aqui nos Estados Unidos”, diz o analista norte-americano Bryce Knorr, do Farm Futures.

Paralelamente à questão climática, há ainda a continuidade de um movimento de liquidação de posições por parte dos fundos no mercado da soja na Bolsa de Chicago. “Essa queda é o resultado de uma clássica saída dos fundos, e eles se movem com muita rapidez, além disso, seu fluxo de dinheiro é inconstante”, explica Mike North, presidente do Commodity Risk Managemente Group em entrevista ao portal Agriculture.com.

E essa movimentação dos fundos ficou ainda mais forte – e volátil – dadas as elevadas expectativas sobre o futuro do Reino Unido na União Europeia. O referendo que decide a permanência ou saída do país do bloco econômico acontece nesta quinta-feira, até às 18h (horário de Brasília) e, de acordo com especialistas ouvidos pelo jornal Valor Econômico agita o mercado.

“Por semanas, os agentes do mercado vinham especulando sobre qual será o resultado do referendo britânico. Embora os resultados não sejam divulgados até a madrugada de sexta-feira, parece que os mercados de apostas e os mercados financeiros já chegaram a uma conclusão”, disse Fawad Razaqzada, analista da Gai Capital à agência de notícias Reuters.

Nesta quinta, à espera da decisão, o principal índice europeu de ações terminou seus negócios em alta pela quinta sessão consecutiva. As apostas lideram a permanência da Zona do Euro na UE. Enquanto as preocupações com uma saída ainda pairavam entre os investidores, na semana passada, o índice registrou baixas expressivas.

Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas