Suíno bate limite de alta em Chicago e puxa soja com compra da China nos EUA

Mesmo em meio à guerra comercial em andamento, a China se voltou ao mercado norte-americano neste final de semana e fez sua maior compra de carne suína em dois anos no país. O avanço da peste suína africana tem reduzido os planteis chineses e a nação asiática, que é maior consumidora global desta proteína, tem buscado alternativas para garantir seu abastecimento.

As compras totalizaram 23,8 mil toneladas na semana encerrada em 7 de março, e registraram também o terceiro maior volume desde 2013, segundo o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

A operação puxou as cotações dos suínos na Bolsa de Chicago, que bateram em seu limite de alta, e acabaram puxando também os preços da soja. Por volta de 11h10 (horário de Brasília), os futuros da oleaginosa subiam entre 6,75 e 7,25 pontos, como maio valendo US$ 9,05 por bushel. Mais cedo, os ganhos passavam de 10 pontos.

Entre os futuros do suíno, o contrato junho chegou aos 83,6 cents de dólar por libra, marcando um avanço de 3,4%, melhor patamar desde dezembro de 2014, de acordo com a agência internacional de notícias Bloomberg. Nesta sexta, a máxima da posição bateu nos 86,525 cents/libra, com mais de 14 mil contratos sendo negociados.

“A virada positiva dos preços dos suínos também na China é uma força altista para o mercado, e que puxou os preços em todo o mundo, uma vez que o país poderia se tornar um importador ativo deste produto”, dizem os analistas do Hightower Report.

Internamente, a China também tem feito compras de carne suína para ampliar seus estoques. Em uma operação prevista para ser inciada nesta sexta-feira (15) o país deverá adquirir 50 mil toneladas, depois de uma outra rodada na semana anterior. Em 8 de março, segundo o portal www.boyar.cn, a China teria feito uma compra de 10 mil toneladas que ajudou os preços internamente.

Ainda segundo a Bloomberg, os preços spot dos suínos na China subiram 12% desde o último dia 8 e alcançou sua máximas em 23 meses.

Impactos de peste suína

Desde agosto, os casos de peste suína africana na China passam de 110 em cerca de 28 de suas províncias e regiões. Até este momento, os últimos números mostram que aproximadamente 1 milhão de porcos já foram abatidos no país na tentativa de controlar o avanço da doença.

Não há, afinal, uma cura para a doença ou uma vacina que possa preveni-la, e a mesma é altamente contagiosa entre os animais, além de ser fatal. “A gripe suína vai reduzir a demanda, não há como substituir esses porcos agora”, explica o gerente de risco da INTL FCStone, da Ásia, Darin Friederichs à Reuters Internacional.

Uma notícia do site especializado Suinocultura Industrial mostra que “um estudo realizado por cientistas dinamarqueses e financiado pelo Ministério do Ambiente e Alimentação da Dinamarca e pela Universidade Técnica da Dinamarca, aponta que moscas que tenham se alimentado do sangue de javali infectado pela Peste Suína Africana (PSA) antes de entrar nas propriedades de criação de suíno representam uma rota potencial para a transmissão da doença”.

Fonte: Notícias Agrícolas