XVI Encontro Técnico Fundação MT é marcado pela integração de áreas do conhecimento agrícola

A Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso, Fundação MT, realizou nos dias 11, 12 e 13, em Cuiabá (MT), o XVI Encontro Técnico com a presença de 322 engenheiros agrônomos de 10 estados brasileiros e Distrito Federal. Evento referência de sucesso, o Encontro Técnico levou ao público novidades da pesquisa e teve como um dos pontos fortes a abordagem integrada com todas as áreas do conhecimento agrícola. “Em todas as palestras tivemos informações que se integram umas com as outras, se completam, isso nos mostra o quanto a agricultura e a pesquisa agronômica têm que ser pensada de forma sistêmica”, destaca Leandro Zancanaro, gestor de Pesquisa da Fundação MT.

                O tema desta edição foi “A escolha é sua!”, onde a Fundação MT ressaltou que para fazer as melhores escolhas não se pode contar apenas com a sorte, pois a informação é fundamental para tomar a melhor decisão e ajudar no planejamento da próxima safra. Durante os três dias, os participantes foram convidados a rever os erros e acertos da safra 2015/16 e debater assuntos de maior interesse com grandes profissionais do agronegócio. A programação, contou com temas acerca de produtividade, pragas, doenças, nematoides, plantas daninhas, solos, genética, clima, micronutrientes, resistência de fungos, fungicidas, planejamento, conjuntura política e econômica, entre outros.

                Dados sobre a mosca-branca, praga que tem grande impacto na produção agrícola brasileira e, em Mato Grosso, está presente principalmente nas lavouras de soja e algodão, fizeram parte da programação com apresentação das doutoras em Entomologia, Eliane Dias Quintela, da Embrapa Arroz e Feijão (Goiás), e Lucia Vivan, da Fundação MT. Conforme Quintela, a praga se alimenta de mais de 600 espécies de plantas, pertencentes a mais de 70 famílias. A pesquisadora mostrou dados de controle biológico aplicado e de ocorrência natural, e também sobre o uso de produtos alternativos como os óleos vegetais, sendo o óleo de mamona o mais eficiente na mortalidade de ninfas, com 80% de eficácia demonstrada em pesquisas. O efeito de inseticidas para o controle de ninfas em diferentes ínstares, dinâmica de disseminação, predadores naturais, resultados do Manejo Integrado de Pragas (MIP) e estratégias para manejo de resistência também foram passados ao público, que teve a oportunidade de debater e esclarecer dúvidas com as especialistas.

                No último dia de evento, a pesquisadora Ieda de Carvalho Mendes, da Embrapa Cerrados (Distrito Federal), falou sobre a qualidade biológica de solos de cerrado e participou de debate com Leandro Zancanaro, responsável pelo Programa de Monitoramento e Adubação da Fundação MT. Com vasta experiência em microbiologia do solo, Ieda destacou diferenças no cultivo de culturas em solos de baixa e alta qualidade biológica e demonstrou dados de maior produtividade de soja em solos biologicamente ativos. “Quanto maior diversidade e aporte de carbono, maior a qualidade do solo e eficiência dos fatores de produção”, pontuou.

                A temida ferrugem da soja também foi uma das doenças mais citadas pelos especialistas e tema da palestra do gestor de Pesquisa da Fundação MT, Fabiano Siqueri, responsável pela área de Proteção de Plantas. Siqueri apresentou resultados da safra 2015/16 no controle de doenças na soja, de pesquisas realizadas nas bases experimentais da empresa em Campo Verde (MT), Primavera do Leste (MT), Nova Mutum (MT) e na Serra da Petrovina. Sobre a doença, o pesquisador destacou que houve redução geral, apesar de mantida a média. “Nas duas últimas safras, a ferrugem teve baixa influência em Mato Grosso”, comentou.

                O presidente do Conselho de Administração da Fundação MT, Odílio Balbinoti Filho, fez o fechamento do evento e ressaltou que o desafio maior é melhorar a gestão. “É um desafio complexo, técnico e prático, pois temos muita informação e precisamos aplicar bem, através de toda nossa equipe. Não adianta só ter o conhecimento técnico que o pesquisador leva até nós, temos que fazer acontecer dentro da propriedade. Acredito que esse é o grande desafio para não termos retrocesso, continuarmos competitivos no mundo, com sustentabilidade, aumentando a produtividade e com o uso racional das tecnologias”.

                O XVI Encontro Técnico Fundação MT foi patrocinado pela Aprosmat, Aprosoja, Arysta, Basf, Bayer, CCAB, Du Pont, Helm,  Kleffmann Group, Monsanto, Oxiquímica, Syngenta, TMG, UPL e Vale Fertilizantes.