Processos agrícolas e pecuários: mapeá-los para otimizá-los

Por Perfarm

Você realmente conhece a sua fazenda? Entenda a importância de se mapear processos produtivos

O mapeamento de processos é realizado corriqueiramente por renomadas empresas de diversos setores da economia mundial. A importância de se conhecer os processos produtivos da sua empresa, ou no caso do agronegócio, fazenda, se traduz em diversos benefícios acarretando a boa tomada de decisões e a elaboração de estratégias bem sucedidas de crescimento, o que é crucial para prosperar na atividade.

Benefícios de se mapear processos

O mapeamento dos processos produtivos engloba a identificação de todos os seus pontos chaves ou etapas que compõem o funcionamento de uma empresa. Este processo deve ser organizado e elaborado de forma estruturada, possibilitando a compreensão das etapas realizadas para produção do produto final em questão. O fato permite que se conheça a fazenda (empresa) na íntegra, e quanto mais detalhado for, maiores são os resultados relacionados à gestão da fazenda como um todo.

Uma vez identificadas as diversas etapas que compreendem os processos produtivos, é possível avaliar seus pontos críticos e tomar decisões com base nestas análises. Isso nos permite mapear também riscos operacionais, impedir processos de saírem do controle, instituir protocolos de segurança do trabalho, e principalmente assegurar o cumprimento de planejamentos estratégicos que vislumbram maiores retornos do que os atuais.

Além disso, ao mapear processos é possível obter a estruturação organizacional da fazenda, dividindo-a em categorias que se comunicam para produção de um bem em comum. O mapeamento neste caso, nos permite analisar a eficiência de processos das mais diferentes áreas que compõem o negócio, como compra e venda de insumos, venda de produtos acabados, produção no campo, beneficiamento de produtos, manutenção de máquinas e equipamentos de forma separada, entre outros, o que traz vantagens para tomada de decisões.

Os benefícios de se mapear processos ainda vão além, incluindo a estruturação de custos e seus impactos, determinação de pontos críticos de controle para produção (o plantio, por exemplo), monitoramento da eficiência da equipe de trabalho, busca pela melhoria contínua dos processos, e outros. Com os processos mapeados, é possível identificar pontos de controle e possíveis problemas, priorizá-los, e determinar medidas preventivas e corretivas, sejam elas para uma melhor eficiência produtiva ou para retomar o rumo do planejado.

Quais processos mapear?

Não obstante às demais decisões relativas a produção e gestão agropecuária, a decisão de como mapear processos pode ter um grande impacto nos resultados. Como se sabe, o aumento da granularidade e detalhe do mapeamento tem seus benefícios, mas pode ser um processo custoso e demorado. Consequentemente, o mapeamento de processos deve ser realizado de forma estruturada para as necessidades do agronegócio em questão, priorizando o que necessita maior controle, ou o que tem mais impacto nos resultados do negócio.

Apesar de não ser o único fator que dirige interesses e objetivos em diversos setores da economia, o retorno financeiro sobre o investimento está entre as principais finalidades dos negócios, o que justifica a relação da eficiência deste, com a eficiência de processos. Deste modo, podemos priorizar os processos que merecem maior riqueza de detalhe no mapeamento, os que tem maiores impactos nos lucros.

A gestão financeira fornece visibilidade e transparência a todo o agronegócio. É o principal aliado para determinação dos processos que merecem atenção e mapeamento. Ainda, muitos dos resultados financeiros são utilizados como indicadores de performance, que quando combinados com o mapeamento de processos fazem a gestão destes um fator importantíssimo para o sucesso da atividade.

Resultados financeiros encontram nos processos gargalos ou pontos que são responsáveis pela sustentabilidade econômica do agronegócio em questão. Estes, então, podem ter ações direcionadas diretas ao ponto de risco, de modo que se maximize resultados positivos e minimize os negativos, tanto no curto e médio como no longo prazo.

Para justificarmos o que foi dito, vamos utilizar situações corriqueiras do agronegócio brasileiro em uma fazenda que produz milho. Neste caso, o ano em questão teve faturamento muito abaixo do ano anterior neste setor.

A fazenda tem detalhado o mapeamento de processos em diferentes níveis, o que se correlaciona com a melhor gestão e controle destes, buscando melhores resultados. A ponderação do quão detalhado mapear seus processos é diretamente relacionada à importância (como um todo, não apenas financeiro) que a atividade tem na produção.

Utilizando o mapa de processos com indicadores, a fazenda-empresa busca a fonte do problema, ou ponto crítico que levou a redução do faturamento. Este pode se relacionar a qualquer ponto do processo produtivo, desde a compra de insumos até a comercialização do produto acabado. No exemplo mencionado, vamos imaginar que o problema estava na produção do milho, visto que insumos foram comprados a preços atrativos e o milho foi vendido a um preço maior do que o esperado. Ao investigar o porquê do baixo faturamento, constatou-se que o problema ocorreu na mistura do princípio ativo de controle de pragas, o que levou a uma enorme perda de produção.

A identificação do problema não seria possível sem o devido mapeamento e estruturação do processo. Não haveria a identificação de responsáveis, e medidas preventivas seriam tomadas sem embasamento preciso. Só o mapeamento do processo permite nesse caso o devido controle do mesmo e a avaliação de pontos críticos. Ainda, um processo bem mapeado inicialmente fornece informações relevantes para a elaboração de protocolos e instruções operacionais, que muitas podem evitar surgimento de problemas.

Deste ponto em diante diversas são as ferramentas e soluções para identificar, priorizar e solucionar problemas, como: 5 porquês, gráfico de Ishikawa, gráfico de Pareto, cartas de controle, PDCA (do inglês Plan (Planejar) – Do (Fazer) – Check (Verificar) – Act (Agir)), scoreboard card, entre inúmeras outras. Após identificar o problema, a ação corretiva será instaurada especificamente no ponto de necessidade, poupando os demais processos e custos com estes.

Por que você não mapeia processos?

Discutimos acima a importância de se mapear processos e os benefícios que isto traz para a gestão da sua fazenda e os impactos que pode ter no resultado financeiro de curto, médio e longo prazo. Com o aumento da exigência de eficiência no agronegócio brasileiro, a utilização de ferramentas como esta é um grande diferencial para o se manter competitivo na atividade agropecuária.

Mapear alguns processos principais não deve tomar tempo substancial de gestores, ou de seus colaboradores, e pode levar a altos retornos financeiros ou minimizar situações adversas como no preparo de proteções de cultivos.

Fonte: Perfarm

Crédito: Patrus Transportes